“Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado, ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação...” (Que país é esse? Legião Urbana)
O importante não é a prisão um banqueiro há muito citado por suas praticas não convencionais.
O importante não é a prisão do homem que tem em seu currículo o escândalo que extinguiu a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, condenado em primeira instância a 24 anos de prisão, que teve seu processo anulado e com isso viu-se livre das barras da Justiça, graças as artimanhas de uma justiça pelo instituto da prescrição.
O importante não é a prisão do político, afilhado político daquele outro político, ambos conhecidos pelo escândalo dos Precatórios, cuja Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar os fatos apurou que de 1 bilhão e 500 milhões de arrecadação com os títulos públicos, somente 300 milhões foram usados efetivamente para quitá-los, sem que no entanto ninguém tenha efetivamente cumprido sanção penal até o presente momento.
Não senhores, o que o representante da mais alta corte judiciária tem a dizer para o país é que a Polícia Federal espetaculariza suas ações e faz uso abusivo do emprego de algemas, o que colide com chamado Estado Democrático de Direito.
Talvez não exista afronta ao Estado Democrático de Direito os encontros nos restaurantes do Planalto Central, os conchavos, a tentativa de um homem em comprar o Estado, através de um seu servidor, por um milhão de reais.
Talvez fosse melhor que o Brasil voltasse a ser o que era antes, com aquele Estado que só se fazia presente nas periferias através de suas polícias, a invadir residências miseráveis, sem autorização judicial, com o uso aí sim “justificado”, de algemas.
Não, eu não me importo se todo grande escândalo vivido pelo meu país não resulta em condenação criminal, porque afinal de contas a nossa Carta Magna antevê que se presume a inocência até o trânsito em julgado da sentença condenatória, e essa é a minha função: a guarda da nossa Constituição. E não se pode dizer que eu não a respeito e nem que eu não acredito no futuro. Ainda que não o da nação.
mpasqual@terra.com.br
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