sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Artigo:CRACK: O “craque” do time da morte.

“O doce se torna amargo na medida em que o efeito do crack passa e a necessidade psicológica assim o pede de volta”. (Archimedes Marques)

Dentre todos os componentes do time das drogas. Dos componentes do time da morte. Está a figura do crack. O crack como o mais avassalador, como o mais devastador de todo o conjunto de entorpecentes ou dos elementos químicos alucinógenos, que torna o seu usuário no maior dependente periculoso e debilitado existente. Torna o dependente capaz de qualquer coisa, capaz de matar ou morrer para sustentar o seu vício.
Crítica é a situação em que se acha o usuário e dependente do crack. Crítica não melhor é a situação em que se vive os seus entes queridos que nada fizeram para merecer tal castigo.
A violenta crise situacional e emocional do dependente do crack parece fugir-lhe toda a perspectiva de dias melhores. As ocorrências no terreno familiar e social vão caminhando sempre em largas vertentes para o mal e para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece esvair-se entre os dedos das suas próprias mãos.
Lançando um olhar no passado, o viciado, vê o rumo errado que tomou. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba. O seu presente é só o crack... O crack como o senhor do seu viver... O crack como dominador do seu “eu”... O crack como seu real transformador do bem para o mal... O crack como destruidor da sua família... O crack com aniquilador do seu bem maior... O crack como o seu transporte para a morte!...
Estamos, sem sombras de dúvidas, em aguda e profunda crise urbana e social relacionada a essa droga avassaladora.
De um lado temos o traficante se fortalecendo cada vez mais e arregimentando sempre um maior número de pessoas para a sua equipe criminosa. O traficante como sendo o “dono do bairro”, o “rei do morro”, o “comandante da área”. O traficante como se fosse uma espécie de “Governo Ditatorial” paralelo ao nosso Regime Democrático do Direito.
Na sua “pseudo propriedade” ele faz as vezes do Estado realizando quase sempre, em troca de favores, o trabalho social para a comunidade carente local. Funciona também como se fosse um “Juiz opressor” na resolução das contendas do povo. A sua palavra, a sua decisão não se discute, se cumpre.
Como “Juiz” ele também realiza o julgamento sumário do seu inimigo, do seu opositor, do descumpridor das suas ordens, do traidor da sua equipe que quase sempre são condenados à pena de morte. Morte essa que pode ser por execução a tiros ou pelos meios cruéis da tortura. Os fatos mostrados pela mídia referente aos constantes corpos encontrados em determinados locais evidenciam e demonstram a veracidade da afirmativa, principalmente no que tange aos morros do Rio de Janeiro, favelas de São Paulo ou dos grandes centros do país.
Como Ditador ele faz as suas leis, faz a guerra, a instabilidade social causando terror e medo ao povo. Demonstra o seu poderio, força e até decreta feriado ao determinar o fechamento do comércio e dos colégios da “sua localidade” quando bem lhe convier.
Tais assertivas são facilmente comprovadas pelas matérias ofertadas na mídia, senão vejamos alguns exemplos pelas manchetes ou chamadas jornalísticas da revista Veja nos últimos tempos: TRAFICANTES USAM TERROR COMO ARMA DE GUERRA: bandidos voltam a apavorar o Rio de Janeiro em mais uma demonstração de força e ousadia... CIDADE SITIADA: Traficantes atacam pontos turísticos, desafiam a polícia e espalham terror no Rio... OUSADIA SEM LIMITE: Terrorismo urbano em Vitória. Guerra entre quadrilhas no Rio. Onde isso vai parar?... O DIA DO BANDIDO: Em mais uma exibição de força, traficantes fecham o comércio em quarenta bairros do Rio de Janeiro... GRANADA, METRALHADORA E AGORA MÍSSIL: Busca em Bangu 1 mostra a força do tráfico, que continua atuando por trás das grades”...
O tráfico de drogas, além disso tudo, também faz vítimas inocentes quase que diariamente através das constantes “balas perdidas” disparadas em treinamento, em acerto de contas, em confronto entre eles, em troca de tiros com a Polícia, por brincadeira ou simplesmente pela pura maldade de alguns quando se atiram a ermo em qualquer direção.
É realidade nua e crua que o tráfico de entorpecentes engrossa as suas fileiras com crianças e jovens que funcionam na organização criminosa como “aviões, fogueteiros, vigilantes, laranjas, informantes e até executores de crimes diversos.” Tais crianças e adolescentes muitas vezes por falta de opção ingressam naquele mundo e tem aquele “trabalho” como uma espécie de carreira profissional.
A série verdade apresentada pela Rede Globo no programa Fantástico no ano de 2006 denominado “Falcão - meninos de tráfico” comprova essa triste realidade brasileira. O documentário que é uma produção independente realizada pelo rapper MV Bill, pelo seu empresário Celso Athayde e pelo centro de audiovisual da Central Única das Favelas, deu bastante trabalho para os seus idealizadores e realizadores que tiveram que enfrentar o ambiente hostil onde viviam os jovens.
O termo “falcão” é usado nas localidades do tráfico como sendo aquele cuja tarefa é vigiar a comunidade e informar quando a Polícia ou algum grupo inimigo se aproxima.
Durante as gravações, 16 dos 17 “falcões” entrevistados morreram, sendo 14 em apenas três meses, vítimas da violência na qual estavam inseridos. Seus funerais também foram documentados. O único sobrevivente foi empregado pelos dois produtores, mas acabou voltando para o tráfico até ser preso.
O produtor CELSO ATHAYDE ao falar do Projeto Falcão que também está incluso um livro publicado pelos mesmos autores, referiu que o seu objetivo principal é a conscientização da sociedade para a realidade dos jovens das comunidades pobres: “O Falcão não é um caso de polícia, não é uma denúncia, não é uma lamentação. Falcão é sobretudo uma chance que o Brasil vai ter para refletir sobre uma questão do ponto de vista de quem é o culpado e a vítima. Falcão é uma convocação para que a ordem das coisas seja definitivamente mudada.”
Com cenas fortes, deprimentes e chocantes a população tomou conhecimento daqueles fatos negativos e reais que repercutiu mundo afora. Jovens e crianças, fora da escola, apresentados em posse de armas e usando drogas fizeram daquela reportagem um verdadeiro documento comprobatório da insanidade do tráfico, do total desrespeito às Leis e da pouca vontade política governamental para resolver o problema que continua praticamente no mesmo patamar. Comprova-se pelos detalhes e pelas filmagens apresentadas que os “meninos do tráfico” sucumbem periodicamente. Trabalham somente para manter os seus vícios e para ajudar as suas famílias.
A escritora LYA LUFT formou a sua opinião emocionada no item “ponto de vista” referente ao citado documentário quando disse na edição 1.950 da revista Veja on-line: “Nós todos somos culpados de que eles tenham existido, sofrido, matado e morrido, sem nenhuma possibilidade de vida, de esperança e de dignidade”.
E ainda no seu texto discorre a referida escritora: “Muito mais existe do que foi mostrado. Pior: muita gente poderosa, de rabo solenemente preso, vive daquela desgraça; muita cumplicidade perversa promove e mantém aquilo; tudo prolifera e floresce com muito arranjo sinistro – como sinistra, disse um daqueles meninos, era a sua vida: “a vida da gente aqui é sinistra e louca”, ele disse com sua voz fraquinha. Vou pensar todos os dias que continuam morrendo crianças iguais àquelas, que poderiam ser meus filhos, teus filhos, nossos filhos. Eram nossos, aqueles meninos e meninas, sonados, ferozes ou tristíssimos, que a gente tem vontade de botar no colo e confortar. Mas confortar com o quê? E aquela arma, e aquelas drogas, e aquela infelicidade, e aquela desesperança? Fazer o quê?”
A questão dos grandes traficantes fazer parte do crime organizado também é uma realidade, não fosse isso, não haveria verdadeiros arsenais em posse deles. São armas poderosas e das mais modernas em mãos do tráfico que entram no país de forma “misteriosa”.
Sem entrar no mérito da questão e apenas para ilustrar a concordância verdadeira de ligação entre o tráfico de drogas e o crime organizado há de se ressaltar o entendimento defendido por GUARACY MINGARDI, Doutor em Ciências Humanas e atual Diretor Científico do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, na sua tese de Doutorado em 1996 junto a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo sobre o tema “O Estado e o crime organizado”, quando aponta as quinze características inerentes dessa organização criminosa que comunga com os mesmos atos do tráfico: 1) Práticas de atividades ilícitas; 2) Atividade clandestina; 3) Hierarquia organizacional; 4) Previsão de lucros; 5) Divisão do trabalho; 6) Uso da violência; 7) Simbiose com o Estado; 8) Mercadorias ilícitas; 9) Planejamento empresarial; 10) Uso de intimidação; 11) Venda de serviços ilícitos; 12) Relações clientelistas; 13) Presença da lei do silêncio; 14) Monopólio da violência; 15) Controle territorial.
Segundo a reportagem intitulada “Vítimas da indústria do crime” da revista Veja on-line, edição 1.796, o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando discursava a uma platéia de metalúrgicos em São Paulo, admitiu: “Não podemos ficar assustados 24 horas por dia. O crime organizado não é mais uma bandidagem comum que nós conhecíamos. É uma indústria de fabricar dinheiro com as drogas.”
O crime organizado possui vários tentáculos, e esses tentáculos buscam sempre atingir a proteção dos Poderes constituídos. Vez por outra a Polícia descobre a participação de Autoridades públicas ligadas àquela organização criminosa.
A maioria das denúncias de corrupção para proteção ao crime organizado recai sobre a própria Polícia, isso é fato público e notório, contudo, vários Policiais já foram expulsos das suas corporações, foram penalizados ou respondem a Processos por crimes equivalentes, o que comprova que a Polícia de hoje, em regra, é Instituição séria e deve ser respeitada como tal.
Assim como ocorre com a Polícia, diversos setores de outros Poderes Público, também já foram objetos de denúncia, investigação ou Processo com as devidas penalidades para algumas das pessoas efetivamente ligadas às organizações criminosas.
Assim, o “Poder paralelo” do tráfico governa as suas áreas e enriquece os seus líderes de forma geométrica praticando todo tipo de crime para manter e aumentar diariamente o número de usuários e dependentes químicos das drogas, que além de morrer física e mentalmente, ainda leva consigo os seus entes queridos para a desgraça, ainda faz vítimas outras pessoas da sua insanidade em busca do falso prazer da droga, aumentando em conseqüência, o índice de criminalidade no País.
Do outro lado, do lado oposto da gravíssima problemática encontra-se o viciado. Encontra-se a sua família, os seus verdadeiros amigos... Encontra-se a população atônita, indefesa e impotente... Encontra-se o Poder público com pouca vontade política para debelar ou mesmo amenizar tal situação.
A Polícia, por sua vez, como real protetora da sociedade, procura cumprir a sua árdua e difícil missão de também combater esse crime. Nesse sentido, agindo habitualmente de maneira investigativa ou repressiva, de quando em vez, a Polícia realiza ótimas operações com apreensões de grande quantidade de drogas, armamento de grosso calibre e alto poder de fogo tais como fuzis e metralhadoras dentre outras, granadas e farta munição, além de se prender indivíduos maiores dos grupos organizados, contudo, é fato que mesmo de dentro dos presídios os chefes do tráfico continuam comandando as ações criminosas das suas áreas de atuação ou determinando a morte de pessoas a seu bel prazer. É fato também que quando morre alguém importante de determinado grupo do tráfico, de logo, é ele substituído por outro em grau de hierarquia equivalente da sua equipe para dar continuidade à administração daquele território. Destarte haver também a guerra entre grupos pelo poder ou tomada de poder de determinada área e, das batalhas, deixam-se rastros e rios de sangue.
Entretanto, é também fato presente em todo lugar, que no cotidiano das ações policiais repressivas às drogas, na maioria das vezes, o que se vê são prisões e apreensões de pequenos traficantes, que não deixa de ser também ações necessárias, contudo, observa-se perfeitamente que tais pessoas são moradores de barracos ou palafitas das periferias das cidades, o que subentende sejam eles intermediários ou vendedores à serviço dos grandes traficantes.
Relacionado às ações preventivas dos órgãos competentes, atos investigativos e repressivos da Polícia nesse âmbito, é verdade que a “Inteligência Policial”, a “Inteligência Criminal” é de suma importância. É essencial na luta para conter o tráfico e o crime organizado, porém, a experiência brasileira nesse contexto até agora não se mostrou em real frutífera, pois a epidemia da droga se alastra a atingir novos adeptos todos os dias a todo momento.
Assim, estamos perdendo a partida para o crime organizado... Assim, estamos perdendo a luta para o tráfico... Assim, estamos perdendo os nossos jovens para o crack... Assim, estamos perdendo o futuro da Nação para as drogas!...
Até parece que apesar de todas alertas feitas, as Autoridades constituídas ainda não atentaram para esse gravíssimo problema: As chamadas “cracolândias” estão se proliferando em alta escala pelos quatro cantos do país. Uma epidemia de crack que supera todas as outras drogas juntas, destarte já haver também o MERCADÃO DAS DROGAS. Um mercado livre com grande variedade de entorpecentes em promoções e tudo mais, ocorrido em determinada rua da metrópole São Paulo no cair da noite, cuja filmagem e reportagem comprobatória fora mostrada em Jornal da TV Record.
Sem querer brincar com a situação, muito pelo contrário, no sentido de espairecer um pouco o assunto tão sério e preocupante, antes de adentrarmos na questão do fabrico químico do crack, suas conseqüências nefastas no organismo humano, alguns exemplos da tragédia familiar causados pela droga e dos apelos necessários, façamos de conta por algum momento, até para prender mais o leitor ao presente texto, que estamos em um jogo, em uma partida de futebol disputada entre os times da MORTE versus SOCIEDADE, complementando o comentário somente com o trio de ataque demolidor do nosso adversário, qual seja, a cocaína, a merla e o crack:
O time da MORTE que disputa a partida com a SOCIEDADE continua em boa performance e em ótima fase exterminando sempre os seus adversários é formado com: Skank, maconha, haxixe, ecstasy, morfina, heroína, ópio, LSD, cocaína, merla e crack...
O banco de reservas conta com: Paco, codeína, psicotrópico, rebite, álcool e fumo...
O técnico do time da MORTE, o popular traficante que é bastante respeitado e temido pelo povo, está bastante otimista e satisfeito com o rendimento da sua equipe. Traficante acredita sempre na vitória sobre a SOCIEDADE que apesar de ser um grande time e ter bastante força é uma equipe apática e desmotivada...
Apostando no desânimo da SOCIEDADE que está atônita em campo, os Diretores do time da MORTE sentem-se gratificados com as estupendas arrecadações que sobem jogo à jogo e por isso prometem investir mais e mais no grupo com o intuito de transformá-lo numa equipe imbatível...
O trio de ataque arrasador do time da MORTE que é interligado um ao outro, vem cumprindo a sua tarefa satânica de estraçalhar os seus adversários...
A geração mortificadora desse time é provinda da base da cocaína e então com a adição de produtos químicos altamente nocivos ao ser humano nasceu a merla e o crack. Essa dupla de ataque aniquilador que é filha da cocaína, nada mais é do que UM MAL PIORADO.
O crack, que é o craque do time da morte é também conhecido por ZIDANE, em alusão ao craque de futebol da Seleção Francesa que derrotou o Brasil em Copa Mundial passada.
A cocaína é uma droga em pó de cor branca que é derivada das folhas da planta de coca, cultivada principalmente na América do Sul, em maior escala, na Colômbia, Bolívia e Peru.
A folha da coca que era usada na antiguidade por índios e nativos da área em forma de mastigação, cujo objetivo era ganhar força e energia, se transformou através dos tempos, por meio da refinaria e mistura a elementos químicos, em cocaína.
A cocaína tinha propósito inicial meramente medicinal, contudo, logo foi desvirtuado o seu objetivo e iniciado assim o novo problema social vez que as conseqüências para o seu dependente químico são devastadoras.
A cocaína é uma substancia altamente viciante e os seus usuários tornam-se fisicamente e psicologicamente dependente da droga, ao ponto de não poder controlar os seus próprios desejos e impulsos.
A pesquisadora e cientista STEPHANIE WATSON bem explica as maneiras que podem ser usada essa potente droga: “ A cocaína é uma droga que pode ser utilizada de três maneiras: cheirando, injetando ou fumando. A forma cheirada, ou seja, a cocaína em pó, é feita pela dissolução da pasta de coca retirada das folhas da planta em mistura de ácido hidroclorídrico e água. Sal potássio é acrescentado à mistura para separar as substancia indesejadas, que devem ser removidas. Então, acrescenta-se amônia à solução restante, e o pó sólido da cocaína se separa. Para injetar cocaína, o usuário mistura o pó com um pouco de água e usa uma seringa hipodérmica para forçar a solução diretamente na veia.
A cocaína em pó forma a base da cocaína de base livre. A cocaína de base livre tem um ponto de fusão baixo, por isso pode ser fumada.”
A professora e pesquisadora da Equipe Brasil Escola, PATRICIA LOPES, assim explica as conseqüências advindas aos usuários da cocaína: “Devido aos efeitos de euforia e prazer que a cocaína proporciona, as pessoas são seduzidas a utilizá-la para vivenciar sensações de poder, entretanto tais efeitos tem pouca duração. Logo o indivíduo entra em contato com a realidade, aspecto que desperta uma grande ansiedade em poder utilizá-la novamente.
Aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, dilação da pupila, elevação ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, perda de peso e apetite são alguns dos efeitos biológicos da cocaína.”
A merla, a exemplo do crack, é uma droga perigosa e devastadora. Como já foi dito, é derivada da cocaína. Trata-se da junção das folhas de coca com alguns produtos químicos perigosíssimos para a saúde humana, tais como, ácido sulfúrico que é altamente corrosivo e usado em bateria de carro, querosene que é derivado do petróleo tendo outros propósitos e a cal virgem, ou cal viva que é usada em construções ou plantações, dentre outros, que ao serem misturados se transforma numa pasta branco amarelada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína. A droga é fumada pura ou misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha, e, quando isso ocorre, tal “experimento” recebe a denominação de BAZUCA. “A bazuca é a mistura de tudo que não presta com os horrores da insanidade humana.”
A fumaça altamente tóxica da merla é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando euforia e aumento de energia ao usuário, com isso advém, a diminuição do sono e do apetite com a conseqüente perda de peso bastante expressiva.
As conseqüências que sofre o organismo humano do usuário da merla são idênticas ao do usuário do crack, vez que a sua composição química é bastante parecida.
O usuário da merla pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma, parada cardíaca, e, enfim, a morte. Além disso, para os fracos e debilitados sobreviventes, ao longo do uso da droga, há perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do produto assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.
Para completar o item discorrido, há de se acolher o relato do nobre Professor JEFERSON BOTELHO, quando assevera em um dos seus artigos pertinentes ao tema: “Como o crack, a merla vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o contato com o mundo externo, se tornando um zumbi movido pela compulsão à droga que é intensa. Como os efeitos têm curta duração, o usuário faz uso com muita freqüência e a sua vida passa a ser em função da droga que atinge o organismo através dos pulmões quando é fumada e pela corrente sanguínea alcança o cérebro causando alterações psíquicas.”
De volta ao crack, a exemplo da sua congênere, a merla, além da droga possuir uma grande percentagem de cocaína na sua fórmula absurda, gananciosa, inconseqüente e mortal, constituído com vários produtos químicos altamente nocivos e destrutivos à saúde do usuário, é também o produtor do vício mais rápido entre as drogas. Com duas ou três pedras fumadas o usuário vicia e o seu organismo passa a pedir mais e mais a droga tornando-o de imediato um dependente químico.
O Representante brasileiro do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), BO MATHIASEM, admite a preocupação com essa droga: “O crack é mais barato, sim, e vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química”
Realmente o crack, por possuir no seu composto produtos mais baratos tais como a cal virgem e o ácido sulfúrico, também é mais barato do que as outras drogas, contudo, sem contar com as conseqüências advindas do seu uso, é certo dizer que é aquele barato que se torna mais caro pois a necessidade do usuário é mais freqüente em decorrência do curto espaço de tempo de duração do efeito químico alucinógeno no seu organismo.
A disseminação do crack tomou conta do País e os menos avisados ou mesmo os já viciados noutras drogas passaram a experimentá-lo. Com isso, o vício terminou pegando-os de vez como uma teia de aranha em armadilha para as suas presas.
A socióloga SILVIA RAMOS, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, dá o seu exemplo quanto ao problema da proliferação do crack: “É impressionante. A qualquer hora do dia, vemos crianças e adolescentes consumindo a droga e deitados no chão. Áreas dominadas pela facção Comando Vermelho passaram a vender e isso vem como uma tsunami.”
Para um País imenso como é o Brasil, uso do crack se tornou uma constante do Oiapoque ao Chuí, aumentando a riqueza dos grandes traficantes e do crime organizado em proporções gigantescas.
O psiquiatra, diretor técnico do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, GILBERTO BROFMAN, explicou em poucas palavras a nova moda de droga: “Estamos perante uma epidemia, porque há um número explosivo de casos nos últimos três anos. Antes era uma raridade, tínhamos nas unidades 90% de outras dependências e 10% de crack. Hoje temos o contrário.”
O referido psiquiatra cita um estudo feito em São Paulo que aponta que a mortalidade dos viciados em crack é de 30% em cinco anos. Complementa o seu raciocínio: “É uma droga diferente das outras e muito mais severa. Não há outra droga que produza um declínio físico e mental maior para o paciente. As conseqüências físicas são muito severas, como infartos, acidente vascular cerebral (AVC), doenças hepáticas, dano cerebral e pulmonar além de hipertensão.”
Segundo estudos realizados por especialistas na área, as dificuldades para o tratamento dos viciados em crack também são imensas, por isso, a grande preocupação das Autoridades ligadas ao tema da intensa problemática.
Tal entendimento é corroborado pela psicóloga SANDRA HELENA DE SOUZA, diretora técnica da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul, que acrescenta: “Considerando a gravidade da droga e a baixa resolutividade em termos de tratamento, é uma epidemia. O sentimento na sociedade e principalmente nas famílias que vivem esse drama é de impotência.”
Para a citada psicóloga, o País não está preparado com atendimento necessário para enfrentar a problemática dessa droga: “O crime está muito organizado, e a sociedade atrasada.”
Todos os meses, todas as semanas, todos os dias nos deparamos com notícias trágicas envolvendo viciados do crack.
O início da trajetória de crimes praticados pelo dependente químico do crack ou da tragédia familiar causada é sempre a mesma: “O viciado depois de gastar tudo que tem passa a se desfazer dos objetos da sua própria casa, ou quando criança ou jovem, passa a furtar os objetos da casa dos seus pais ou dos seus familiares e amigos para vender ou trocar por crack. Depois outros furtos em tudo quanto é canto. Posteriormente roubos a transeuntes ou em comércio... e em conseqüência, homicídios e latrocínios.”
Se nesse artigo apelativo fossem pormenorizados todos os casos criminais envolvendo o uso do crack no País certamente o presente texto viraria um verdadeiro “Tratado”, por isso, a razão apenas superficial do item, retirado de algumas matérias ou manchetes jornalísticas diversas: “MÃE MATA SEU PRÓPRIO FILHO VICIADO EM CRACK: Em pleno Domingo de Páscoa, o crack gerou um crime de homicídio em um bairro nobre de Porto Alegre. Uma mãe idosa de 60 anos de idade matou o seu filho de 23 anos a tiros depois de perder as esperanças de recuperá-lo das garras do crack. A mãe desesperada confessou o crime para a Polícia e contou todo o sofrimento que passou durante oito anos na tentativa de tirar o seu filho daquela triste situação. Parentes das partes testemunharam que o jovem por várias vezes tentou matar os seus pais e que o crime praticado pela idosa foi um ato de agonia, de liberdade, de alívio e de defesa própria...
JOVEM MATA AVÔ POR CONTA DO CRACK: O fato ocorreu em Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Há alguns meses atrás um jovem de 19 anos de idade matou o seu avô e feriu a sua avó a facadas para lhes roubar uma televisão e negociar em troca do crack. A avó do criminoso relatou que só não foi também assassinada porque se fez de morta...
E tantas outras manchetes de jornais no cotidiano brasileiro: MÃE CHORA A PERDA DO SEU FILHO PARA O CRACK... VICIADO EM CRACK MATA A SUA MÃE... MÃE PERDE SEU SEGUNDO FILHO PARA O CRACK... PAI ACORRENTA SEU FILHO VICIADO EM CRACK... VICIADO MATA SEU IRMÃO POR CAUSA DE UMA PEDRA DE CRACK... VICIADO ENGOLE UMA PEDRA DE CRACK COM A CHEGADA DA POLÍCIA... VICIADO EM CRACK MATA SUA COMPANHEIRA E FILHA... USUÁRIO DE CRACK CONFESSA DOIS LATROCÍNIOS... PRESA DUPLA DE ASSALTANTES VICIADA EM CRACK... PAIS EM DESESPERO DENUNCIAM CRIMES PRATICADOS PELO SEU FILHO VICIADO EM CRACK... USUARIO DE CRACK PRATICA MAIS UM ASSALTO A ÔNIBUS... MAIS UM SUICÍDIO PRATICADO POR DEPENDENTE DE CRACK... A CRACOANDIA ESTA CHEIA DE CRIANÇAS FUMANDO CRACK ABERTAMENTE... MAIS UMA TRAGÉDIA EM FAMILIA POR CAUSA DO CRACK... PAI MATA FILHO USUÁRIO DE CRACK... VICIADO EM CRACK MATA IRMÃ QUE LHE ACONSELHAVA PARA O BEM... USUÁRIO DE CRACK MORRE EM TROCA DE TIROS COM A POLÍCIA... JUVENTUDE PERDIDA NO CRACK... USUÁRIO DE CRACK FAZ MAIS UMA VÍTIMA DE LATROCÍNIO... VICIADA EM CRACK QUEIMA COM CIGARRO O SEU FILHO DE TRÊS ANOS DE IDADE... E por aí vai!...”
De todo modo, bem perto de todos nós, tudo isso acontece. Drogas como o crack tomam conta de boa parcela da sociedade, principalmente dos jovens, constituindo perigo tanto para o próprio usuário, quanto para a sua família e para as demais pessoas que atravessam em seu caminho.
É de bom alvitre registrar o entendimento do Professor e Educador do Rio Grande do Sul, CLEBER C. PRODANOV quanto aos projetos públicos de combate às drogas: “Parece que as políticas adotadas até aqui para frear o consumo das drogas não tem atingido seus objetivos somente com a repressão, sem a conscientização. A educação e um convívio mais profundo e dialogado entre as pessoas, especialmente entre pais e filhos, poderá livrar-nos dessa epidemia. Não podemos achar que a polícia ou a medicina resolverão os problemas, que, muitas vezes, se iniciam nos lares, escolas e outros lugares de convivência, principalmente dos jovens, mais expostos, por vários motivos, à atração do mundo das drogas.”
A Polícia, via de regra, faz o que pode no combate a essa insanidade humana. Não é a Polícia onipresente ou onipotente para evitar toda essa parafernália e para prender todos os traficantes ou desbaratar de vez o narcotráfico e o crime organizado, por isso cumpre o seu mister, está à espera de novos paradigmas ou de ações mais efetivas por parte dos Poderes constituídos.
Diante de tudo isso. Diante de todos esses fatos comprobatórios que evidenciam a realidade de que o Brasil corre sério problema de identidade racional com as drogas e em especial com o crack, só nos resta o GRITO DE ALERTA:
É preciso mudanças imediatas...
É preciso de ações governamentais rigorosas e eficientes para conter o tráfico...
É preciso que se mudem as Leis e se aplique a pena máxima ao traficante de drogas...
É preciso que haja aulas exemplificativas com mais freqüência em todas as Escolas do Brasil para conscientizar o aluno sobre o perigo das drogas...
É preciso que os pais também se posicionem com os seus filhos alertando-os sobre essa epidemia...
É preciso que o povo denuncie com mais freqüência os pontos de venda de drogas...
É preciso que a população denuncie diariamente os traficantes da sua área residencial...
É preciso que a sociedade denuncie às Corregedorias ou Ouvidorias de Polícia quando Policiais estiverem acobertando ou envolvidos com o tráfico de drogas...
É preciso de Leis mais rígidas e menos burocráticas para excluir e punir em curto prazo de tempo o Policial protetor do tráfico de drogas...
É preciso que o cidadão denuncie à Polícia, ao Ministério Público, à OAB ou órgão congênere quando souber que qualquer Autoridade ou Funcionário Público esteja envolvido com o tráfico de drogas ou com o crime organizado...
É preciso que haja mais e melhores clínicas especializadas em tratamento ao drogado à serviço do Estado...
É preciso que haja mais psiquiatras, psicólogos, terapeutas, psicanalistas e médicos especialistas com função pública para tratar dos dependentes químicos das drogas...
É preciso que haja um melhor e mais amplo engajamento das Igrejas e demais entidades religiosas em busca de soluções para amenizar o tráfico de drogas...
É preciso que haja mais escolas públicas profissionalizante para tirar o jovem das ruas e das drogas, dando-lhe uma profissão digna...
É preciso que a sociedade civil debata o tema com mais veemência e se engaje efetivamente na luta contra as drogas, contra o crack...
É preciso que se invistam mais nos setores que combatem o crime organizado, pois aí está a raiz profunda do problema do tráfico...
É preciso que haja medidas preventivas, repressivas e curativas efetivamente sérias no combate às drogas...
É preciso que haja programas educacionais efetivos para fortalecer a auto-estima do jovem no sentido de livrá-lo das drogas e levá-lo aos esportes, aos estudos...
É preciso que os Governos invistam mais no Policial pagando-lhe salário digno para melhor incentivá-lo no combate às drogas...
É preciso que os Governos invistam mais nos setores de Inteligência Policial e nos Órgãos Policiais especializados para melhor se combater o tráfico de drogas...
É preciso que se abandonem de vez as ações pirotécnicas e se criem projetos verdadeiros em todas as cidades do País para o controle das drogas...
É preciso que se formem mais craques no futebol, nos esportes, na vida, não no crack da droga ou na droga do crack!...
É desejo de todos nós, inclusive do viciado e dependente químico das drogas, do crack, viver intensamente por muito tempo, aproveitar os prazeres da vida com alegria e disposição, conviver amistosamente com os familiares e amigos, ir para onde quiser com liberdade e autonomia, e, acima de tudo, ser saudável física e mentalmente, por isso, é preciso que a presente ação apelativa seja compreendida e acatada por todos, para enfim, se chegar o cidadão e a sociedade a uma vida efetivamente menos sofrível e mais vitoriosa.
Por:Archimedes Marques
(*Delegado de Policia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela UFS)
archimedes-marques@bol.com.br

VIGILÂNCIA CONTRA O TABAGISMO

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) pretende sugerir a reitores incluir no currículo dos cursos da área de Saúde conteúdos focados nos aspectos que causam a dependência do tabagismo bem como nos tratamentos para deixar de fumar.
A ação justifica-se pelo resultado de pesquisa do INCA que constatou que metade dos estudantes entrevistados nunca aprendeu sobre esses temas na faculdade.
A pesquisa Vigilância do Tabagismo em Universitários da Área da Saúde,foi feita em 52 universidades de quatro capitais brasileiras e integra o sistema internacional de vigilância da Organização Mundial de Saúde.
Mais do que apenas identificar os problemas, o objetivo desse sistema é possibilitar a proposição de ações visando reduzir, cada vez mais, a prevalência do tabagismo.
Segundo a chefe da Divisão de Epidemiologia e Vigilância do INCA, Liz Almeida, coordenadora da pesquisa, o interesse da OMS em ouvir, especificamente, universitários dos cursos de Medicina, Enfermagem, Odontologia e Farmácia, entre 18 e 24 anos, deve-se ao fato de ser nesta faixa etária que se dá a adesão ao tabagismo (após a fase de experimentação) e a esses futuros profissionais serem multiplicadores de informações para a promoção da saúde.
Foram entrevistados 2.642 universitários, sendo 768 rapazes e 1.860 moças. Apesar de 90% dos estudantes terem recebido informação sobre os perigos do fumo ativo e 80% em relação ao fumo passivo, 20% deles afirmaram que os profissionais de Saúde não têm um papel a desempenhar no aconselhamento dos fumantes para pararem de fumar.
Os profissionais de Saúde, além de terem papel fundamental na multiplicação da informação, servem de modelo para seus pacientes.
fonte:INCA

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Depoimento:Crack - Um avanço indiscriminado

"Olá, amigos leitores!
Primeiramente gostaria de me desculpar pela pequena ausência ao blog. Estive um pouco ocupado por esses dias, colocando a vida em ordem. Afinal de contas, não basta apenas deixar o crack, é preciso consertar alguns estragos que ficaram, não todos porque alguns não vão poder nunca ser consertados. Mas é isso aí, olhar adiante e seguir em frente, consciente dos erros passados, mas agora buscando me superar a cada dia. E claro, viver sem o crack. Também agradeço as inúmeras postagens e apoio que tenho recebido, tem sido muito importante na minha recuperação.
Completam-se hoje 38 dias desde a útltima vez que usei crack, não foi fácil, mas foi muito possível. Como ja contei em minha história, não procurei tratamento ou ajuda médica já que para isso, como eu já não tinha dinheiro algum, toda minha família saberia e apesar de todo apoio, que com certeza ganharia, seria muito doloroso. Mas eu tinha a certeza que cabia a mim sair daquela situação. Decidi que hora de parar, ja que eu ainda estava vivo, e de uma vez por todas dei um basta. Tem funcionado bem, mas claro que não é tão simples assim, precisa ter muita vontade, muita mesmo! Uma motivação interior muito forte.
Afim de buscar um pleno conhecimento sobre a situação brasileira com relação ao crack, ja que essa parte era até então ignorada por mim, tenho lido muito, buscando para assim escrever da melhor forma possível. E o que posso dizer a todos é que tenho me decepcionado muito. Há excelentes autores falando sobre o assunto em matérias realmente muito boas, mas o que me choca é o tamanho avanço que essa droga conseguiu. Eu achava que sabia muito bem sobre a situação do crack com relação a classe média, os danos socias causados pela droga e tudo mais, besteira! Eu não sabia nada.
A epidemia do crack, que foi iniciada em São Paulo na década de 80 destinada somente aos pobres, se espalhou definitivamente por quase todo o país. Quase todos porque nosso extremo norte parece ainda estar livre, não há relatos de apreensões significativas de crack no Amazonas. O fato é que deliberadamente a droga avançou país afora e conseguiu conquistar a classe média de forma assustadora. Uma classe aparentemente bem formada, esclarecida e que desde o começo parece ter ignorado essa droga e o seu poder de destruição principalmente por a considerarem como a droga do pobre, do favelado e que seus filhos, matriculados em boas escolas, nunca seriam atingidos. As consequências agora estão aí, batendo a porta. Pior cego é aquele que não quer ver, é a mais pura verdade.
Em quase todos os estados, a quantidade de apreensões de crack tem se multiplicado esmagadoramente. Alguns estados confirmaram um crescimento de até 10 vezes na quantidade apreendia nos últimos 5 anos. As clínicas de recuperação tiveram um aumento de cerca de 80% nas internações devido ao crack, clínicas essas particulares, de alto custo e antes procuradas na maioria por usuários de cocaína. Hoje a maioria são viciados em crack. Pelo menos a classe média ainda pode bancar o tratamento, que é caro e ineficiente na maioria dos casos. O poder de destruição do crack é tão grande, que na verdade, não há recuperação plena. Uma vez usuário, sua vida muda e a partir daí é necessário que haja um controle constante, algumas restrições. Não pode mais sujeitar-se a menor tentação que seja ou tudo pode voltar ao começo e as recaídas são sempre piores. Sei bem disso, por experiência própria.
Sempre leio que o perfil do usuário de crack mudou, não concordo. Acho que o crack é que ganhou um novo perfil de usuário, porque na verdade, analisando bem, todos terminarão miseráveis da mesma forma. Assim, no final, o perfil acaba sendo praticamente o mesmo. A diferença passa a estar apenas no que o usuário foi antes da droga. Esse é o maior problema do crack. Independente de quem seja o usuário e de seu poder aquisitivo o efeito da droga é o mesmo. Claro que na classe média os danos sociais parecem ser muito maiores, ha a impressão de que se tem muito mais a perder. Bons filhos, bons alunos, futuros excelentes profissionais, pouco importa. Tudo isso se vai com a chegada do crack e restarão apenas futuros mendigos.
Gostaria aqui de citar o trecho de um excelente texto de "Rubens Filho" falando um pouco sobre as drogas e as campanhas de prevenção, que recomendo a todos sua leitura
"O que faz a droga? Ela permite momentos de fuga do "mundo real". Instantes de alívio justificáveis num país e num planeta que respondem aos problemas humanos com eficácia infinitamente menor do que os produz. Não é nada fácil para um jovem encarar a vida com otimismo num país com os problemas do nosso. O que dizer do planeta?, assolado pela destruição da natureza, pelo aquecimento global, pelo retorno da ameaça nuclear, pela epidemia de Aids...
Crianças e jovens consumindo drogas são o retrato de inúmeras falências políticas, econômicas, sociais, diplomáticas. São também uma expressão da crise de valores, inclusive dos meios de comunicação (os mesmos que promovem campanhas samaritanas), habituados a difundir, por exemplo, o esgoto de um Big Brother Brasil como modelo de comportamento para garotas e garotos.
Outra falha conceitual dessas campanhas é creditar a violência ao consumo de droga. Essa associação direta, além da carência de base científica, apenas reproduz um preconceito moral; afinal, mesmo que seja paradoxal, costuma-se igualmente creditar a indolência da juventude ao uso de drogas.
No fundo, essa relação droga-violência é um subterfúgio do poder público e da sociedade, pelo qual lavam as mãos diante de sua parcela de responsabilidade pela violência, obviamente motivada por outros tantos fatores muito mais sérios e complexos. Nesse cenário, a droga aparece como sintoma, não como causa."
Rubens também cita algo muito importante e que concordo plenamente, com total conhecimento de causa, que é a ineficiências das campanhas publicitárias de prevenção e combate e vê o refúgio nas drogas, no fundo, como nada mais sendo do que um depoimento de insatisfação com a realidade que nos cerca. Mas por que então nos refugiarmos ao invés de lutarmos para mudar essa realidade que nos cerca? Nos jovens podemos associar o uso de drogas à busca por novas emoções, aventuras, mas e nos já experientes adultos, o que podemos dizer? Na maioria podemos dizer o vício em drogas vem desde o tempo de jovem. Isso talvez explique o nível de degradação da nossa sociedade, que não é de agora, mas que vem desde muito tempo atras se evoluindo, fruto de um descaso geral.
Outro estudo muito interessante, que também recomendo, chamado "Seqüência de drogas consumidas por usuários de crack e fatores interferentes" (http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n4/11760.pdf), nos mostra que independente da classe, idade ou escolaridade todos os usuário de crack começaram com o álcool e cigarro. Pra quem sempre acho que por serem legais eram drogas amenas, ta aí! Eu sempre defendi a idéia de que tudo começa no álcool e cigarro, não na maconha, que é apenas pré cursor da ilegalidade e bem menos prejudicial socialmente que o álcool.
De fato, nossa situação é grave. Não podemos mais ignorar o crack ou mesmo considerar que estamos imunes, isso é ilusão. O crack está aí, e tem cada vez mais adeptos na classe média e está começando a atingir os ricos. Um exemplo disso nos foi mostrado ha pouco tempo atrás, uma mãe matar seu filho viciado em crack para poder se defender, uma família de classe média alta destruída pela droga. Isso nos mostra o poder que o crack tem. Não é algo com o qual podemos dormir despreocupados porque nunca nos atingirá. Qualquer pessoa está sujeita, é inegável.
É hora de repensar nossos conceitos e agir de maneira eficiente, não adianta apenas por a culpa no governo e sentarmos esperando que tudo se resolva. Precisamos agir, educar bem nossos filhos, impor limites, regras, dar orientação certa além de muito diálogo. É besteira dizer sempre que drogas são ruins, elas não são, suas consequências sim são devastadoras, mas os efeitos são incríveis, eu sei bem. O preço que se paga é que é muito alto, as vezes custa até a própria vida. É um jogo no qual é impossível ganhar. Não se preocupem em mudar o mundo e livrar todos os viciados, curar todos e tal. Cuide muito bem apenas daqueles que estão bem próximos a você. Conheço bem a história de um policia Militar, do DENARC, que lutou por mais de 20 anos de carreira contra o crack e perdeu seu filho para a droga. Cuidem dos que estão próximos, todos fazendo isso, certamente um dia resolveremos o problema pois atingiremos todos.
Quanto aos que ja se encontram afundados no crack, como eu estava, apenas confirmo que sem muita vontade e determinação por parte do usuário não há tratamento que funcione. Só com muita força de vontade e dedicação é possível superar qualquer vício. Mas só essa força de vontade, por si só, nem sempre é suficiente. O apoio e amor da família são fundamentais, além da busca por uma motivação que desperte a vontade de deixar o vício. Em primeiro lugar, não temos que curar a dependência física da droga, e sim a psicológica. Essa sim é fundamental pois sua mente comanda seu corpo. Foi isso que eu fiz e tem funcionado muito bem, sei que qualquer um também pode."
Texto retirado do espaço:http://cracknuncamais.blogspot.com/
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Comentário:Vencedor,as lágrimas vieram quando li sua força de vontade e luta diária.Todos os meus pensamentos positivos a você.
Um grande abraço carinhoso no seu coração
Gabriela

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Petrópolis será referência no tratamento do câncer de próstata na América Latina

O médico urologista petropolitano Michael Antunes de Cerqueira retornou dos Estados Unidos, precisamente de um estágio na Universidade do Colorado, localizada na cidade de Denver, com uma tecnologia revolucionária na bagagem; a crioablação de 3ª geração. A técnica é usada para a erradicação do câncer de próstata e câncer renal, utilizando-se de técnicas que não agridem o paciente e com alta porcentagem de cura. O mais interessante é que Petrópolis será única cidade na América Latina a oferecer o tratamento, graças a uma parceria do urologista com a universidade americana.
Vencedor do 1º Prêmio de Pioneirismo, Educação e Pesquisa Urológica, promovido no final de 2008 pela Handle Cook, Cerqueira estagiou na equipe coordenada pelo também urologista Fernando Kim, reconhecido mundialmente pelo seu trabalho e de onde nasceu a idéia de trazer o procedimento de ponta para o município.
Cerqueira é formado pela UniGranrio, com passagem profissional pela Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP) como médico cirúrgico. Também realizou cursos de urologia no Hospital Naval Marcilío Dias e pós-graduação em laparoscopia e transplante renal no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Participou ainda de um curso de especialização em Milão, na Itália.
Michael Cerqueira concedeu uma entrevista ao Diário de Petrópolis e explicou sobre o tratamento que já é considerado no exterior o futuro do tratamento de próstata.
Você poderia explicar como funciona a nova técnica de combate ao câncer de próstata?
Michael Cerqueira: Essa é uma técnica revolucionária e irá mudar o procedimento no tratamento do câncer de próstata e do câncer renal. A crioablação de 3º geração utiliza-se do procedimento de congelamento do tumor. São utilizadas agulhas finas, ao contrário das anteriores, que tem cerca de três milímetros. Estas agulhas são utilizadas especificamente para a inserção direta no tumor. Fazendo uso de um kit de inserção, podem ser incorporadas, removidas ou reposicionadas em poucos segundos, causando um mínimo de trauma. As agulhas são precisas na produção de bolas de gelo com o objetivo de criar uma região de temperaturas letais uniformes. A intervenção dura, em média, cerca de uma hora, com excelente taxa de cura, que fica compreendida entre 94% em pacientes de baixo risco. A pessoa submetida à intervenção vai para casa no mesmo dia e pode começar a se movimentar poucos dias depois da cirurgia.

Quais as vantagens desse tipo de cirurgia?
Michael Cerqueira: A primeira é o bem estar do paciente. Não é agressiva, é uma opção viável de tratamento, pois muitos doentes não estão dispostos a se submeter ao tratamento da cirurgia ou de radiação. O procedimento é executado num período de duas horas, sem necessidade de internação por longos períodos. Pode ser executado com anestesia local, o que facilita a recuperação, ao contrário da cirurgia utilizada atualmente. Não apresenta problemas no pós-operatório, como incontinência urinária e o sangramento no ato cirúrgico. São inúmeros os benefícios da nova tecnologia, que é bem menos dolorida.
Explique como funciona a cirurgia tradicional.
Michael Cerqueira: A incisão tradicional funciona da seguinte maneira. A próstata, a vesícula seminal e a uretra prostática são retiradas. Após isso, tudo é reconstituído com a retirada do tumor. O grande problema é o pós-operatório. São três a quatro dias de internação, uso de sonda por mais de duas semanas e em certos casos, o paciente é encaminhado para o CTI. O processo não é dos mais fáceis, demanda tempo e paciência e a duração de uma operação como essa ultrapassa quatro horas. Com a nova técnica, o paciente não será obrigado a passar por todo esse caminho. A crioablação é o futuro do tratamento do câncer de próstata.
Petrópolis será a única cidade a oferecer o tratamento na América Latina?
Michael Cerqueira: Sim. Petrópolis será a única cidade em toda América Latina a oferecer o procedimento. Em uma parceria com a Universidade do Colorado, vamos trazer a cirurgia, que melhorará consideravelmente a vida de quem necessita de uma intervenção parecida. O próprio doutor Fernando Kim estará participando das operações e toda tecnologia de ponta será oferecida. O projeto é pioneiro e vale ressaltar que a cidade ganhará muito com isso.
Será montado algum núcleo para realizar os procedimentos cirúrgicos?
Michael Cerqueira: O objetivo é montar um núcleo de referência urológica em crioablação em Petrópolis e vamos receber pacientes de todas as partes da América Latina. Um hotel de referência também será montado, para que os pacientes possam se recuperar, em um tempo de aproximadamente uma semana, com a realização de exames pós-operatórios. Após esse período, as pessoas submetidas à cirurgia podem voltar para as cidades de origem sem qualquer problema. Tudo está especificado e as conversações com a unidade hospitalar que receberá o projeto estão praticamente concluídas. Só não há como divulgar no momento os locais onde funcionará o núcleo e o hotel.

A taxa de homens com câncer de próstata em Petrópolis é muito alta?
Michael Cerqueira: Altíssima. Muitos homens ainda possuem resistência a realizar os exames, mas esse número está caindo. A campanha do Ministério da Saúde voltada para os homens, muito em função desse problema, está ajudando a quebrar esse preconceito.
A partir de que idade o homem deve realizar o exame de próstata?
Michael Cerqueira: A partir dos 40 anos. O homem precisa saber que saúde é algo muito sério e a resistência ao exame deve ser rompida. O novo procedimento, apesar de ser bem mesmo agressivo, deve ser o último recurso a ser usado. O indicado é a prevenção, com a realização de exames periódicos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pense nisto.....


Inscrições de Projetos Sociais

Estão abertas as inscrições para a segunda edição de Mais Eu, campanha de marketing social da Lojas Renner, até 4 de setembro. As entidades que queiram participar da seleção de projetos que receberão apoio do Instituto Lojas Renner. Basta enviar o projeto pelo e-mail instituto@lojasrenner.com.br. Os candidatos devem ter como foco a mulher, atuando em uma das seguintes linhas: educação e formação profissional, empreendedorismo econômico e geração de renda ou inserção no mercado de trabalho. Detalhes sobre o processo de seleção podem ser obtidos através do site www.lojasrenner.com.br. As iniciativas selecionadas serão anunciadas em novembro; a expectativa é apoiar 15 projetos sociais.
Serão investidos R$ 852.131,79 no projeto. O montante corresponde a 5% da venda de mercadorias entre os dias 10 e 13 de agosto, líquida de impostos.
fonte:Redação 24 Horas News

ESTADO + IGREJA - Pronunciamento do Senhor Deputado Chico Alencar,PSOL/RJ


Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados e todo (a)s que assistem a esta sessão ou nela trabalham:
Orienta-me a palavra profética de Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Felix do Araguaia, de Mato Grosso, do coração do Brasil, em circular fraterna de 2005:

“Faço uma confidência eclesial, de bispo velho que continua sonhando: penso que se deveria falar muito mais - falar e fazer! - de uma reestruturação radical disso que chamamos a Sé Apostólica. De um novo modo do ministério de Pedro: sensível, como o coração de Jesus, ao clamor da pobreza, do sofrimento e da deriva; sem estado pontifício e com uma cúria leve e serviçal; profeticamente despojado de poder e de fausto; apaixonado pelo ecumenismo e pelo diálogo inter-religioso; desabsolutizado e colegial; descentralizador e verdadeiramente ´católico` no pluralismo cultural e ministerial; como uma mediação religiosa – em colaboração com outras mediações, religiosas ou não – a serviço da paz, da justiça, da vida”.

Com este espírito, registro nos anais da Casa as razões que me levaram a problematizar a Concordata entre a Santa Sé e o governo brasileiro, ciente de que a hierarquia católica propõe – e não determina – a aprovação do Acordo, que não considero como vinculado à doutrina da fé:
durante as negociações preliminares entre as Altas Partes, em curso desde setembro de 2006, até a assinatura do Acordo, dois anos e dois meses depois, jamais fomos convidados para conhecer e opinar sobre a proposta em discussão, nunca colocada como importante no dia a dia da missão evangelizadora;
tudo já está no ordenamento jurídico nacional e na Carta Magna, e não há óbices ao direito de crença e culto no país;
parece-me temerário se autorizar a complementação do Acordo através de convênios posteriores e, aparentemente, diversos e ilimitados (art. 18), que alguns caracterizam como “cheque em branco”;
apenas 4 dos 20 artigos do Acordo têm caráter isonômico, isto é, mencionam explicitamente que aqueles direitos são assegurados também a outras instituições e denominações religiosas com fins similares, afetando assim o alvissareiro ecumenismo;
sendo o ensino religioso, “católico e de outras confissões”, de “matrícula facultativa”, não cabe constituí-lo como “disciplina dos horários normais das escolas públicas” (art. 11), sabidamente carentes de recursos e educadores concursados para matérias elementares, propiciadoras do instrumental básico para se aprender a ler, escrever, contar e refletir. O ensino religioso extra-grade curricular, e oferecido sob responsabilidade das diversas igrejas e/ou dos admiráveis educandários confessionais, é mais consentâneo com o estado republicano e laico;
careço de esclarecimentos para melhor entendimento da “homologação de sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial (...) nos termos da legislação brasileira sobre homologação de sentenças estrangeiras” (art. 12), e, à luz dos direitos trabalhistas, que a doutrina social da Igreja tão corretamente defende, para compreender o que significa o edificante trabalho de ministros ordenados, com dedicação exclusiva a tarefas apostólicas, pastorais, assistenciais e litúrgicas, “não gerar, por si mesmo, vínculo empregatício” (art.16);
Versando sobre isenções ficais, questões trabalhistas e educacionais vinculadas a uma igreja específica, o Acordo provocou reação de outros setores que já aprovaram, a toque de caixa (registradora?), a urgência para um Projeto de Lei que, pródigo em benefícios generalizados, criará, se aprovado, uma debilidade republicana, conferindo incontrolável poder temporal a qualquer organização religiosa, tenha tradição e fundamentos doutrinários ou não.
Recebi manifestações, com questionamentos ao Acordo, de organizações respeitáveis como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Conferência Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ONG Católicas pelo Direito de Decidir, a Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Presbiteriana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, e de dezenas de cidadã(o)s que, atenta(o)s, acompanham nosso mandato com elevado espírito público. Também a eles – que compõem o universo das 119.069 pessoas que aqui me colocaram – devo consideração, pois minha função pública igualmente lhes pertence.
Minha posição, por óbvio, não faz coro com os exploradores da boa fé de nossa gente, que querem alimentar “guerra santa” e parecem servir mais ao poder e ao dinheiro que a Deus.
Termino com quem comecei, o homem de fé Pedro Casaldáliga:
“Van Gogh, apesar de ter visto cair em sua vida tantos moinhos, reais ou simbólicos, escrevia a seu irmão Theo: ´Mas o vento continua`. Depois de vermos, também nós, como vão caindo tantos moinhos, na Sociedade e na Igreja, seguimos proclamando – na Esperança e no Compromisso – que ‘o Vento continua... ’”.
Agradeço a atenção,
Sala das Sessões, 26 de agosto de 2009.
Chico Alencar

Princípios, diretrizes e recomendações para uma atenção integral aos homens na saúde.

clicar:

Comentário interessante...

Rico e Vivi deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ministério da Saúde ainda discute Política do Home...":

No mesmo dia (27/10), em que o Ministério da Saúde lança a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, a sociedade civil organizada, por meio da Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG), publica o documento-marco “Princípios, diretrizes e recomendações para uma atenção integral aos homens na saúde”. O objetivo deste documento é contribuir para a consolidação de políticas públicas de atenção integral aos homens na saúde, a partir de reflexões críticas e proposições, tendo por base a perspectiva feminista de gênero.Esta publicação apresenta um conjunto de idéias, argumentos e informações sobre a atenção aos homens nos serviços públicos de saúde. Ela integra as ações do Projeto “Homens e atenção integral à saúde”, uma iniciativa do Instituto PAPAI, em parceria com o Núcleo de Estudos em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE) e com a Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG). A produção deste documento contou com apoio da Agência Canadense de Cooperação Internacional (CIDA), Ministério da Saúde, Save The Children, WCF e Unicef.Maiores informações no site http://www.papai.org.br/
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Comentário:Obrigada Rico e Vivi.O site indicado já está nos favoritos.
Ósculos de Amplexos
Gabriela

Captação de doadores de medula no Brasil

“O Brasil tem um trabalho difícil pela frente para diversificar o perfil de seu registro de doadores de medula óssea porque a população é muito miscigenada”. A afirmação é de Carlheinz Müller, do registro de doadores da Alemanha, que apresentou a estrutura de transplante de medula óssea do país em palestra no XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). Müller mostrou que a captação de doadores na Alemanha funciona de forma descentralizada, similar à do Brasil, com os centros de recrutamento trabalhando de maneira independente ao registro. Com 30 postos de cadastramento, o registro alemão conta hoje com mais de 3 milhões de cadastrados e foi fonte de doadores para 4.300 transplantes no último ano, 2.700 deles procedimentos em pacientes de outros países.
Para Müller, o grande diferencial do registro alemão é a forma de remuneração dos centros de recrutamento, que são bonificados pelo cadastro, como também acontece no Brasil. “Os centros são estimulados a cumprir metas de qualidade criadas pelo registro e recebem bônus quando ficam dentro dos parâmetros estabelecidos”, explicou. O alemão ainda destacou a importância de ser traçado o perfil de cada cadastrado. O objetivo seria aumentar a eficiência do registro, promovendo campanhas em regiões onde ainda não exista grande número de doadores. “Depois que o registro alcança um grande número de doadores, é preciso evitar cadastrar mais perfis que nunca são usados e também evitar a repetição dos mesmos perfis”, finalizou Müller.
O levantamento do perfil dos doadores brasileiros já está sendo traçado. Este foi um dos pontos apresentados por Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que mostrou os avanços mais recentes da área no país. O diretor afirmou que no Brasil a rede de captação de doadores é complexa, com envolvimento de instituições públicas, mas ligadas a diferentes níveis de governo. Apesar das dificuldades, o Brasil já conta com 52 centros de transplante – 15 deles fazendo o transplante não-aparentado -, 42 laboratórios de imunogenética e 48 pontos de cadastramento de doadores, entre hemocentros e hemonúcleos.
Segundo Bouzas, a rede de transplante do país ainda é muito focada no Sul e no Sudeste. Daí a necessidade de expansão do trabalho para as demais regiões. “Hoje, com mais de um milhão de doadores no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), as chances de um paciente encontrar um doador no Brasil é de 53%”, disse. Para os pacientes que ainda não conseguem doador no REDOME, as buscas são realizadas nos registros de outros países. Desde o início da atividade de transplante de medula óssea no Brasil, há 30 anos, já foram realizados 16.000 procedimentos.
FONTE:INCA

domingo, 30 de agosto de 2009

Nota do Ministério da Cultura


MinC anula convênio do projeto Cultura, Cidadania e Vida

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, determinou o bloqueio da conta corrente e a devolução dos recursos do proponente ao tomar conhecimento dos propósitos do projeto Cultura, Cidadania e Vida.
O material de divulgação do evento caracteriza claramente que houve omissão de informação na apresentação do projeto, caracterizando uma burla. O Ministério da Cultura não autorizou, em nenhum momento, a associação de sua marca ao chamado, publicado em cartazes de divulgação: “Venha participar e manifestar a sua posição contra as tentativas de legalizar o aborto no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal”.
Nem mesmo foi solicitado apoio do Ministério em relação ao assunto, que está em discussão no país, com muitas posições na sociedade – inclusive a do Ministério da Saúde, que caracteriza o tema como uma questão de saúde pública.
Por questão de coerência, o Ministério da Cultura tomou, já a partir de hoje, todas as ações necessárias para reparar o erro a que foi induzido por omissão proposital de informação.
fonte:Ministério da Cultura

"Vacina antimalária"

O Anopheles darling, o mosquito transmissor da malária, já está com 85% do seu genoma mapeado por cientistas brasileiros. De acordo com a técnica do Laboratório Nacional da Computação Científica (LNCC) Ana Tereza Vasconcelos, já há informação suficientes para a produção de vacinas contra a doença.
Com o sequenciamento do genoma é possível identificar os genes responsáveis pelas características do mosquito, além de identificar proteínas importantes para estudos de combate à malária. "É como se fosse um manual de instruções do mosquito", compara Ana. O projeto já tem três anos de duração. Até o fim deste ano, o grupo do LNCC pretende ter mais de 90% do genoma decodificado.
fonte:Diárionet