sábado, 6 de março de 2010

A magnitude do aborto por anencefalia: um estudo com médicos



Em resumo,o artigo tem por objetivo descrever a
magnitude da assistência médica em casos de gravidez
de feto com anencefalia, por meio de uma pesquisa
empírica com médicos. A anencefalia é uma
má-formação incompatível com a sobrevida do feto
após o parto. O direito à interrupção da gestação
nesse caso é tema de ação no Supremo Tribunal Federal.
Realizou-se uma pesquisa tipo survey com
1.814 médicos, filiados à Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo),
o que corresponde a 12% do total de médicos da
entidade. Os resultados indicam que, em um universo
de 9.730 mulheres atendidas pelos médicos nos
últimos vinte anos, 85% preferiram interromper a
gestação nesse caso. Esse dado mostra o quanto a
assistência médica a mulheres grávidas de fetos com
anencefalia é uma experiência cotidiana nos serviços
de saúde, bem como o desafio ético imposto pela
ilegalidade do procedimento médico de interrupção
da gestação nesses casos.


ANENCEFALIA: estudo mostra magnitude.Leia na íntegra AQUI

sexta-feira, 5 de março de 2010

Programa Nacional de Direitos Humanos e as mulheres

O governo brasileiro almeja uma liderança política no cenário internacional em relação a temas sociais e humanitários. Desta forma, é com surpresa que nos deparamos com a sua mudança de postura em relação ao tema da descriminalização do aborto e a sua recente declaração no sentido de modificar o texto do Plano Nacional de Direitos Humanos. O governo brasileiro assumiu compromissos junto a órgãos internacionais das Nações Unidas de rever a legislação que pune o aborto e de garantir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Porém até o momento isso não se concretizou.
A rede pública de atenção e proteção aos direitos humanos das mulheres evoluiu muito nos últimos anos, inclusive com a criação de dispositivos legais como a Lei Maria da Penha. No entanto, é inegável a fragilidade sentida de perto por quem precisa acessar os serviços públicos de atenção às mulheres vítimas de violência em suas diversas formas. O fato é que a existência no Estado Brasileiro de Marcos Legais Nacionais e Internacionais de proteção dos direitos humanos das mulheres no âmbito da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos, não tem, no entanto, se revertido em mudanças significativas nos indicadores de qualidade de vida das mulheres principalmente as negras, as indígenas, as jovens e mulheres da zona rural.
O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) é resultado de dezenas de conferências estaduais, com milhares de participantes da sociedade civil e do governo, o documento reflete as políticas de interesse da população brasileira em seus mais variados setores. No entanto, alguns grupos com perfil conservador e fundamentalista têm pressionado, e desmedidamente reagido, contra o Poder Executivo por mudanças no texto do Programa.
O PNDH3 incorpora o eixo que objetiva combater as desigualdades estruturais, as ações que visam garantir os direitos das mulheres com o estabelecimento das condições necessárias para a sua plena cidadania, apoiando a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos.
O impacto negativo da ilegalidade do aborto na vida e na saúde das mulheres brasileiras é enorme.Não basta tipificar o aborto como crime para preveni-lo. Aborto não é caso de polícia e sim, de saúde pública. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 250 mil mulheres são internadas por complicações decorrentes do aborto inseguro. O aborto inseguro constitui a quarta causa de mortalidade materna no Brasil e desvenda graves falhas na atenção à saúde e o baixo grau de autonomia das mulheres para o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos.
Nos países onde o aborto é legalizado, além de diminuir os números de complicações e mortes, o número absoluto de realização de aborto tem diminuído. Queremos acabar com o problema ou criar outros? É preciso entender que sem os direitos das mulheres, os direitos não são humanos.

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Por:Paula Viana
Enfermeira Coordenadora das Jornadas Brasileiras pelo Aborto Legal e Seguro
Diário de Pernambuco, 09/02/2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Opinião:

“Uma das mais evidentes constatações no Brasil e o mundo é de que a criminalização do aborto não impede as mulheres de realizá-los, no entanto as expõe a todos os riscos da clandestinidade, pois mesmo quando atendidas por profissionais, estão na condição de criminosas.”
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Telia Negrão
Secretária Executiva - Rede Feminista de Saúde

quarta-feira, 3 de março de 2010

Renasce o debate sobre o aborto

Enquanto o movimento contrário ao aborto no Brasil organiza a tradicional manifestação Marcha da Cidadania pela Vida, marcada para março em São Paulo, as organizações feministas se preparam para as Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro - debates sucessivos sobre como mudar a lei que criminaliza a interrupção da gravidez no país. Os grupos que se opõem começam a se articular para colocar o tema em evidência neste primeiro semestre do ano, já de olho no período eleitoral.
O principal foco, agora, é monitorar o posicionamento do governo em relação ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, que defende o aborto, entre outras questões. Depois de assinar o documento e ser pressionado por entidades religiosas, o presidente Lula recuou publicamente, prometendo mudanças no texto. Mas, segundo a Secretaria de Direitos Humanos, a versão válida do plano está publicada na página oficial da pasta, que mantém a diretriz: Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos.
Para Debora Diniz, antropóloga da Universidade de Brasília e diretora da ONG Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, a polêmica foi oportuna para os grupos contrários. Esse plano não tem força de lei, é um sinalizador de convenções que o Brasil já vem assinando internacionalmente. Em ano de eleição, falar de aborto torna-se moeda fácil para fragilizar o governo..
No entanto, Lenise Garcia, professora de biologia da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Brasil sem Aborto, pensa diferente. Para ela, é contraditório incluir no programa de direitos humanos o aborto. O que defendemos é o direito das pessoas à vida. É falsa essa ideia de que aborto resolve algum problema para a mulher. Ao contrário, estudos mostram o quanto elas se prejudicam, destaca.
A atenção dos grupos também está voltada para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde ação solicita que a Corte descriminalize o aborto em caso de fetos anencéfalos (sem cérebro). Mas o relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, não tem previsão de quando apresentará seu voto, embora tenha falado abertamente ser favorável ao aborto.
Outro ponto de monitoramento dos grupos parece ter menos chances ainda de um desfecho próximo. É o Projeto de Lei nº 1.135/1991, que, depois de ser sepultado nas comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, deve ser levado ao plenário, graças a um recurso apresentado por José Genoino (PT-SP). Para isso, é preciso que o colégio de líderes coloque o recurso na pauta. Isso dificilmente acontecerá em ano de eleição, sendo o tema tão polêmico, afirma Paulo Fernando, assessor da bancada católica na Câmara.
De junho em diante, quando os candidatos a cargos públicos se apresentarão, o Movimento Brasil sem Aborto vai abordá-los para saber quais são contrários à interrupção da gravidez. A ideia é divulgar lista dos políticos pró-vida. Tem que assinar documento, não basta falar, explica Lenise. Rúbia Abs, coordenadora da Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, vê como hipócrita o debate sobre o aborto no Brasil.
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fonte: (28/2/2010) Diario de Pernambuco

terça-feira, 2 de março de 2010

Artigo:13 mil excluídos perambulam pela desvairada



A cidade de São Paulo tem 13 mil moradores de rua, de acordo com o censo realizado pela Prefeitura administrada por Gilberto do Demo. Levantamento realizado no início da gestão do Demo demonstrou que 1 em cada 6 moradores da maior cidade do país mora em favelas.
Resumo da ópera:Leia mais...


Por:Alfredo caseiro - http://decaranomuro.blogspot.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tom Jobim já disse em um aniversário passado do Rio de Janeiro:



"Esta cidade é um lugar paradisíaco,com essas montanhas,essas matas,esse céu azul lavado,esse sol,essas garotas e até essas águas de março,que já começam a chegar.Mas meu amigo Oscar Niemeyer estava com a razão quando me disse,que uma cidade só é cidade até 800.000 habitantes."

ROMEU E JULIETA

Recebi por e-mail,dei uma gargalhada e estou compartilhando.Não sei se realmente é de autoria do maravilhoso Luis Fernando Verissimo,mas se não for,parabéns pela ideia do verdadeiro autor.
Gabriela
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"Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor?
São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Se não provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela era especial e depois sumiu por semanas.
Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saía sexta-feira à noite para jogar futebol com os amigos e só voltava às 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias, celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém.
Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta.
Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.
Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha...
Por essas e por outras que eles “morreram se amando...”
LUIS FERNANDO VERISSIMO

ATENÇÃO:Obsessão pela internet atinge pessoas de todas as idades

Limite entre o normal e o doentio nem sempre parece claro


Desde que a internet chegou ao Brasil em 1988 por iniciativa de comunidades acadêmicas de São Paulo e do Rio de Janeiro, muita água rolou em relação à tecnologia e ao tipo de uso que as pessoas fazem dela. O que não mudou é o encantamento que a web ainda provoca nas primeiras conexões. Esse encantamento, entretanto, pode se transformar em uma obsessão e fazer com que a pessoa não consiga viver sem internet. Assim é a história do produtor de vídeos Felipe Augusto Goes Miranda, 29, que mora em São Carlos, interior de São Paulo. Desde criança, ele passava muitas horas em frente ao computador e não se interessava por quase nada da vida "real". "Cresci e continuei assim. Não procurava emprego e só aceitava os que tivessem acesso à internet. Cheguei a ser demitido por causa do uso de internet, pois trabalhei onde era proibido acessar a rede e fui denunciado por colegas de trabalho", conta. Não só a vida profissional foi afetada. Felipe deixava de sair com amigos para ficar conversando com colegas virtuais. "Acordava com a internet ligada, dormia com a internet ligada, almoçava em frente ao computador. Até o dia em que percebi que nada mais na web me interessava. Eu navegava e acabava voltando no mesmo site. Vi que estava perdendo tempo e resolvi, então, me controlar", relata. O esforço pessoal também teve ajuda das circunstâncias. Ele teve que mudar de cidade e morar com parentes na capital paulista, e aí sua rotina mudou. "Nessa fase, cheguei a ir a lan houses algumas vezes por semana, mas não muito. Hoje uso a internet para trabalhar e fazer minhas pesquisas, sem exageros".

Diagnóstico.

O limite entre o normal e o doentio nem sempre parece claro. Para a chefe do serviço de psiquiatria da Santa Casa do Rio de Janeiro, Fátima Vasconcelos, que coordena um trabalho de atendimento a compulsivos em diversas áreas - drogas, jogo, compras, álcool etc -, uma das evidências é quando a pessoa começa a esquecer compromissos pessoais e profissionais por causa de sua compulsão. "Os compulsivos se isolam para viver o seu vício. Dizem que já estão chegando e não aparecem", conta. Segundo a psiquiatra, pessoas já morreram por causa do excesso. "Na Coreia do Sul, dez pessoas morreram em cybercafés de infarto, após três dias sentados na frente do computador. Há os que usam até fraldão para não terem que ir ao banheiro", revela. PrecursorInício. No Brasil, um dos primeiros trabalhos sobre compulsão por internet foi o do psicólogo paulista Oliver Zancul Prado, em 1998. O acesso à web ainda era discado, e as pessoas conversavam por chats.



Redes sociais viciam mais


O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC/USP) desenvolve o programa Dependência de Internet, que já atendeu cerca de 200 pacientes de todas as idades desde 2006. Para identificar se uma pessoa é compulsiva realmente, Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do programa e doutor em psicologia, trabalha a partir de um diagnóstico desenvolvido pela pesquisadora norte-americana Kimberly Young, com quem vai até lançar em breve o livro “Manual Clínico da Dependência em Internet”.
O diagnóstico está organizado em 20 perguntas e pode ser feito no site do programa: http://www.blogger.com/www.dependenciadeinternet.com.br.. Uma das descobertas que surpreenderam Nabuco foi o fato de os internautas compulsivos preferirem os sites das redes de relacionamento. “Quando comecei a fazer o atendimento, pensei que o que os prendia à web eram os sites de sexo. De toda forma, mesmo os que procuram sexo estão no fundo buscando relacionamento”, afirma. No fundo da dependência pela internet, segundo Nabuco, estariam a depressão, a fobia social, o transtorno bipolar, entre outros distúrbios. No HC/USP, o atendimento aos dependentes é feito em grupos, divididos entre adultos e adolescentes, uma vez por semana e dura 18 meses. Quando tinha 16 anos, Bruno Young Coelho, 31, era viciado em internet. Todos os dias ele passava a noite inteira conectado em redes de relacionamento, conversando com amigos. “Hoje estou casado e com filho, então não há mais tempo para essas loucuras”, fala. Mas nem todos conseguem se curar sozinhos. Há pessoas que não reconhecem que estão compulsivas e, muitas vezes, é a família quem pede socorro. Essa era a experiência vivida na clínica do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, até que a coordenadora da clínica, a psicóloga Rosa Maria Farah resolveu tentar a orientação desses “fujões” por e-mail. “Recebi, inicialmente, críticas, dizendo que era como se eu oferecesse um aperitivo a um alcoólatra, mas os resultados foram positivos. Atendemos, desde 2006, cerca de 40 casos por ano, de todo o Brasil, e a maioria deles foi até o fim do atendimento”. A conversa ocorre uma vez por semana, e a orientação dura de seis a oito semanas.
O e-mail para atendimento é: nppi@pucsp.br.
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Publicado em: 28/02/2010 - Jornal online - O TEMPO

Fiodor Dostoievski

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" A generosidade da juventude é um encanto,mas não vale um vintém.Por que não vale?Porque não lhe custa nada,não resultou do fato de ter vivido,tudo são por assim dizer,as primeiras impressões da existência."
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