sábado, 8 de agosto de 2009

Saúde Pública

A região do Rio Padauiri, limite entre os municípios de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, no Médio Rio Negro (AM) (veja o mapa abaixo) é uma área de intensa atividade extrativista da piaçaba, que gera renda à maioria da população que ali reside. Entretanto, os piaçabais são áreas endêmicas, ou seja, de ocorrência constante de malária e de doença de Chagas, que se explica por ser o ambiente altamente favorável à reprodução dos vetores dessas doenças. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituto vinculado ao Ministério da Saúde e dedicado ao desenvolvimento de estudos e pesquisas de saúde pública entre outras atividades, passou a estudar a ocorrência da malária em Barcelos. No final da década de 1990, identificou na região do Padauiri um alto índice da doença com muitos portadores assintomáticos, que não apresentavam sintomas da doença, caracterizada por febre intermitente.

A partir de então, os estudos se voltaram ao conhecimento das características da malária na região urbana de Barcelos e nas áreas do Rio Padauiri e do Parque Nacional do Jaú, em pesquisa dirigida pela Dra. Simone Ladeia-Andrade, de forma a obter subsídios para embasar estratégias de prevenção no Médio Rio Negro.

Incidência maior entre mulheres e criança
Daí resultou um estudo publicado em 2007 pelos cientistas e pesquisadores Martha Cecilia Suárez-Mutis e José Rodrigues Coura no qual analisam os dados levantados pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no município de Barcelos e as fichas de notificação do Ministério da Saúde sobre a malária na região, entre 1992 a 2004.

Os pesquisadores pretendiam identificar o padrão da doença na região do Padauiri, e esperavam encontrar o mesmo quadro do resto do Brasil, no qual os adultos fossem os mais comumente atingidos e as crianças menores de cinco anos poupadas.

No entanto, os dados do período considerado mostraram mudança nesse padrão. Em vez de atingir mais os homens adultos, ali, no Médio Rio Negro, a malária parece afetar mais as crianças e as mulheres assemelhando-se, então, ao padrão de uma malária em que as pessoas estão constantemente expostas à doença. Uma das possíveis explicações seria o aumento de pessoas que não apresentam sintomas, permitindo a sustentação da transmissão da doença.

Para Martha Cecilia Suárez-Mutis, do Laboratório de Doenças Parasitárias da Fiocruz, no Rio de Janeiro, que desde 2002 pesquisa a malária na região do Padauri, apesar de ser um complicador para o controle da malária, o aumento dos portadores assintomáticos indica que a população pode estar desenvolvendo uma certa imunidade ao plasmódio, parasita causador da malária, transmitido pela picada do mosquito anopheles.

Mosquiteiros com inseticida e ações educativas
Neste sentido, a Fiocruz tem organizado uma série de pesquisas para montar uma estratégia integrada de controle da malária na região, considerando a necessidade de centrar as ações localmente, nas comunidades e com participação direta da população indígena, pois somente assim será possível o controle em uma área onde a endemia é alta, com portadores que não apresentam sintomas e onde identificou-se ainda que o mosquito transmissor do parasita da doença na região pica a noite inteira.

Uma das ações foi avaliar o uso e eficácia dos mosquiteiros impregnados de um inseticida inodoro e inofensivo ao ser humano para controlar a doença. Com apoio da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas e a gerência de malária do município de Barcelos, a Fiocruz distribuiu e treinou a população do Rio Padauiri para usar esses mosquiteiros.

Além disso, a Fiocruz está implementando um sistema de vigilância epidemiológica comunitária para o estudo da malária e de sintomas febris que as pessoas podem apresentar. Esse sistema consiste na capacitação dos agentes de saúde comunitários voltada aos sintomas e formas de transmissão da doença. Está sendo implantado ainda um sistema de vigilância entomológica (específica sobre insetos) entre a Fiocruz e a rede pública de saúde de Barcelos e região do Médio Rio Negro, de forma que haja uma troca de informações entre elas. Ações educativas dirigidas às crianças e adultos sobre conhecimentos básicos em malária também fazem parte da estratégia, enfatizando os determinantes de risco e as formas de prevenção.

O diálogo com a área da educação começou ainda no ano passado quando a Fiocruz realizou o I Curso de educação em saúde para o controle integrado da Doença de Chagas e malária no município de Barcelos – Amazonas, com os professores da rede municipal, especialmente os professores das comunidades de Barcelos. A idéia foi aprimorar o conhecimento sobre a malária, formas de transmissão, sintomas e prevenção. Juntamente com a distribuição dos mosquiteiros, a Fiocruz deu continuidade ao trabalho por meio de oficinas e palestras nas comunidades com todos os moradores.

A importância do fortalecimento das ações de controle nas próprias comunidades é fundamental uma vez que a rotatividade dos profissionais da área de saúde (Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI e Secretaria Municipal de Saúde – SEMSA) impede uma formação continuada e um acompanhamento efetivo para controle da doença.

Fonte: ISA

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Comentário importante

Poucas pessoas sabem, mas no período de 1918 a 1919 o mundo foi acometido pela Gripe de 1918 ou Gripe Espanhola, uma pandemia do vírus influenza. Tal doença foi causada por uma virulência incomum e mortal do vírus da INFLUENZA A do subtipo H1N1. No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país.
Bjo Gabi
Júnia
Voltando com Há Controvérsias!!!!!

Idosos

TRANSTORNOS MENTAIS EM IDOSOS

A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas. É importante fazer essa consideração pois algumas alterações nesses aspectos não caracterizam necessariamente uma doença. Em contrapartida, há alguns transtornos que são mais comuns em idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos, fobias e transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos apresentam risco de suicídio e risco de desenvolver sintomas psiquiátricos induzidos por medicamentos.

Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou mesmo revertidos. Conseqüentemente, uma avaliação médica se faz necessária para o esclarecimento do quadro apresentado pelo idoso.

Diversos fatores psicossociais de risco também predispõem os idosos a transtornos mentais.

Esses fatores de risco incluem:


Perda da autonomia

Morte de amigos e parentes

Saúde em declínio

Isolamento social

Restrições financeiras

Redução do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar de uma forma lógica, com prejuízo na memória).

Transtornos psiquiátricos mais comuns em idosos


Demência

Demência tipo Alzheimer

Demência vascular

Esquizofrenia

Transtornos depressivos

Transtorno bipolar (do humor)

Transtorno delirante

Transtornos de ansiedade

Transtornos somatoformes

Transtornos por uso de álcool e outras substâncias

Saúde para todos nós

Gabriela

Furúnculo

Infecção bacteriana da pele que provoca a necrose do folículo pilosebáceo. É causada pela bactéria estafilococos.

A lesão inicia-se por um nódulo muito doloroso, vermelho, inflamatório, endurecido e quente, centrado por um pêlo, onde pode aparecer pequeno ponto de pus.
Com a evolução do quadro, ocorre o rompimento do nódulo e a eliminação de pus e de uma massa esbranquiçada, popularmente conhecida como "carnegão", formando uma ferida ulcerada que, ao cicatrizar, pode deixar uma mancha escura no local.
As lesões são mais frequentes em áreas de dobras da pele, sendo muito comuns nas nádegas e virilhas, mas podem surgir em outros lugares como o abdômen e as coxas.
Quando ocorrem repetidamente, a doença recebe o nome de furunculose e está associada à uma deficiência do organismo em evitar a infecção do folículo. Quando várias lesões surgem simultaneamente, próximas e interligadas, o quadro recebe o nome de antraz, ocorrência mais comum na região da nuca.

O tratamento é feito com antibióticos locais e sistêmicos. Nos casos muito dolorosos e com superfície amolecida, pode ser feita a drenagem da lesão, com alívio imediato da dor.
Quando ocorre a furunculose, deve-se pesquisar e evitar o que está favorecendo o surgimento das lesões e estimular a imunidade do indivíduo a combater a infecção.

O médico dermatologista é o profissional indicado para o tratamento dos furúnculos e da furunculose.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Gripe Suína - Petrópolis


Médico alerta para uso indevido do Tamiflu

O medo da gripe suína pode levar o petropolitano a correr um risco ainda maior, o da auto medicação. Desde a última sexta-feira, o 15o Grupamento do Corpo de Bombeiros de Petrópolis, está distribuindo o medicamento Tamiflu, indicado especificamente para pacientes com fortes suspeitas de contaminação pelo vírus H1N1. De acordo com o médico otorrinolaringologista, Dr. Carlos Augusto Ferreira de Araújo, o uso indevido desta substância pode gerar resistência no organismo e, quando for realmente necessário não terá o efeito desejado.
O médico informou que nos últimos dez dias a procura ao consultório aumentou em cerca de 30%. Segundo ele, não foi diagnosticado nenhum caso que o levasse a receitar o Tamiflu. "Estou tratando com medicamentos específicos para gripe comum, pois ainda não me deparei com nenhum caso grave que necessitasse ser encaminhado ao setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias", afirmou.
O Dr. Carlos Augusto ressaltou que o uso indiscriminado de qualquer tipo de medicação é muito perigoso e que os médicos devem ter a consciência de só indicar o Tamiflu quando os sintomas forem realmente os da gripe A. "Em casos de febre rebelde, ou seja, acima de 38,5o, e persistente por mais de três dias. Estes são fatos a serem investigados mais de perto, mas, apenas os médicos podem diagnosticar. Ainda não há motivo para pânico, mas todos devem seguir as recomendações médicas", disse o médico.
O Sargento Paulo César, do Corpo de Bombeiros, informou que desde o último fim de semana, já foram distribuídas cerca de 31 caixas de Tamiflu. O Grupamento recebeu, na sexta-feira, 25 kits contendo 10 comprimidos cada. Ontem, este estoque já foi reposto com mais 250 comprimidos. De acordo com o Sargento, para a retirada do medicamento é necessária a apresentação da receita médica acompanhada pelo formulário distribuído pela Defesa Civil, além de um documento de identidade. "Normalmente um funcionário do próprio hospital público retira o remédio aqui trazendo todos esses documentos do paciente. No caso da rede particular, geralmente vem alguém da família", informou. Ele disse ainda que a distribuição está sendo tranquila. "Ontem, até o final da tarde, entregamos seis caixas. Estamos repondo o estoque de acordo com a procura", concluiu.
O Corpo de Bombeiros pede que a população não compareça ao Grupamento sem esta documentação, pois o medicamento não poderá ser retirado sem a apresentação destes itens. "Não adianta vir aqui sem a receita e o formulário", disse o Sargento Paulo César.
Por:Jaqueline Gomes - Diário de Petrópolis

X Conferência Municipal de Saúde - Petrópolis

A Prefeitura de Petrópolis já está convocando toda população para a X Conferência Municipal de Saúde, que será realizada nos dias 28 e 29 de agosto de 2009, na Faculdade Arthur Sá Earp Neto – FASE. O evento visa traçar as diretrizes da política municipal de saúde, através da apreciação dos trabalhos elaborados pelos participantes, com deliberação de um relatório final. Outro grande objetivo da Conferência é eleger o novo Conselho Municipal de Saúde, que irá atuar, junto à Prefeitura, nas decisões do setor, no município.

A Conferência irá contar com representantes de órgãos públicos, instituições de saúde, de ensino na área de saúde, organizações patronais, conselhos, sindicatos, associações, federações de profissionais de saúde e demais representantes de organizações da sociedade civil, partidos políticos, usuários e pessoas interessadas nas questões relativas ao setor.

O tema central do encontro deste ano é "Fortalecimento do SUS no Município de Petrópolis", abordando três eixos temáticos: "Termo de Compromisso de Gestão: Financiamento Solidário", "Recursos Humanos: Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde" e "Participação Popular e Controle Social em Defesa do SUS". Durante a Conferência, a abordagem do temário será realizada com debate em plenária, com posterior aprofundamento nos grupos de trabalho. Os palestrantes ainda estão sendo definidos pela comissão organizadora.

Eleição – A votação do Conselho Municipal de Saúde será feita por 54 delegados, representantes do governo, de entidades comunitárias e, outras, ligadas ao setor de saúde. Estes representantes também serão eleitos em reunião que ocorre no dia 24 de agosto, no auditório do DIP, situado na Rua Paulino Afonso, 455, às 18h30, quando participarão os representantes credenciados. Podem participar aqueles que tiverem posse de ofício de indicação, contendo nome do titular e suplente da entidade cadastrada previamente, seguindo as determinações do Estatuto da Conferência. Os cadastros e mais informações podem ser obtidos nos dias 10, 11, 12, 13, 14, 17 e 18 de agosto, no horário de 9h às 17h, na Secretaria Municipal de Saúde, na Avenida Presidente Kennedy, 720.

A eleição do Conselho será no dia 29 de agosto, dentro da programação da X Conferência Municipal de Saúde. Todas as entidades não governamentais, que tenham interesse em concorrer à vaga no Conselho Municipal de Saúde, poderão se candidatar, desde que tenham se inscrito na X Conferência Municipal de Saúde, como delegados ou participantes. Apenas um representante de cada entidade poderá ser inscrito. O processo eleitoral se dará através de voto duplo de cada representante da entidade, devendo pelo menos um dos votos ser em favor de outra entidade.

As inscrições de participantes na Conferência serão realizadas nos dias 24 e 25 de agosto, de 9h às 17h, na Secretaria Municipal de Saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2246-9066.

fonte:Diário de Petrópolis

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Combate à malária

Pernambuco treina equipe do Nordeste para combate à malária
A Secretaria Estadual de Saúde iniciou, ontem, uma capacitação para profissionais de laboratórios públicos do Nordeste sobre a malária, doença endêmica na África e na região Amazônica, que vem aumentando seus registros na região. Em 2008, foram confirmados 74 casos da doença no Estado. Este ano, o número já chega a 31. O treinamento prossegue até sexta-feira.
“A Organização Mundial de Saúde recomenda que o diagnóstico seja rápido e preciso. Por isso, precisamos capacitar os profissionais quanto às novas técnicas utilizadas para descobrir se uma pessoa está ou não com a malária”, disse Andreia da Silva, coordenadora de Diagnóstico de Zoonoses e outras Endemias do Estado. O Lacen-PE, referência nacional para o diagnóstico da doença, é o local onde são coletadas as amostras e feitos os exames em Pernambuco. “Trabalhamos de domingo a domingo para oferecer esse serviço, pois a doença é muito grave e, por isso, o médico precisa rapidamente do diagnóstico para iniciar o tratamento do paciente e evitar a morte”, acrescentou.
A técnica, a ser ensinada durante o treinamento, é a da gota espessa, cujo resultado pode sair entre duas e cinco horas. “Tiramos uma gota de sangue do dedo do paciente e a colocamos na lâmina. No microscópio, verificamos se ele contém o parasita que causa a malária”, explica Andreia da Silva. Caso seja constatada a doença, o tratamento é baseado em repouso e medicações administradas de acordo com protocolos do Ministério da Saúde.
Os profissionais que participam do treinamento são dos Estados da Paraíba, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. A oficina, parceria da SES com o Governo Federal, conta com o apoio da Fiocruz-RJ e do Instituto Evandro Chagas. O curso deve ampliar ainda o quadro de novos técnicos para diagnosticar a malária, ação que contribuirá para prevenir a ocorrência da doença nas áreas não-endêmicas.
Malária - Malária é uma doença infecciosa, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium. Ela é caracterizada por febre alta, acompanhada de calafrios, suores e cefaleia. O uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e repelentes são algumas das recomendações para evitar a transmissão da malária.
fonte:Fisepe

Os filhos de Medusa....







Na riquíssima mitologia grega, Medusa era uma górgona com o aspecto de uma bela mulher, mas que possuía serpentes no lugar dos cabelos e transformava em pedra quem olhasse diretamente nos seus olhos. Ficou assim porque foi amaldiçoada pela poderosa Atena, pois ousou competir em beleza com essa deusa. Era ao mesmo tempo encantadora e maldita, sedutora e fatal. Seu fascínio inicial era quase impossível de resistir, mas nunca propiciava o prazer prometido; antes, acabava por desgraçar aqueles que ousavam encará-la. Exatamente como o crack.

Não há como negar que o fascínio das drogas existe, ou não estaríamos em meio a esta guerra contra a pior praga que assombra nossa sociedade desde meados dos anos 80. Sim, já se passaram mais de 20 anos e o crack só faz destruir mais e mais vidas, sejam de pessoas totalmente dependentes, sejam de todos os que, direta e indiretamente, com elas vivem e convivem.

Sabe-se que são várias as razões pelas quais uma pessoa se aproxima de uma droga ilícita. O próprio fato de algo ser tabu já é motivo que atrai muitos. Não há como negar que o proibido, o escuso, o secreto sempre fascinaram a mente do homem, único animal do planeta que desenvolveu uma sociedade complexa justamente porque tem na curiosidade uma de suas maiores aliadas. Sem curiosidade, não há o impulso da experimentação; sem experimentação, não há a descoberta; sem a descoberta, não há a mudança; sem a mudança, não há o desenvolvimento, o passo à frente, o aperfeiçoamento.

Mas a curiosidade que leva às drogas ilícitas é, geralmente, destruidora. O crack é hoje, após o curto período de duas décadas, um dos maiores desagregadores de famílias que conhecemos. É a causa subjacente de muitos tipos de crimes, especialmente nas camadas mais carentes de nossos grupamentos sociais. É justamente essa gente que já sofria as agruras do preconceito, da destituição material, da carência afetiva, da baixíssima autoestima que agora padece do que se assemelha a uma pandemia de grandes proporções e de altíssimo nível de mortalidade.

E o pior de tudo é que não estamos preparados para o crack. Não temos estatísticas confiáveis nem educadores com preparo técnico para dar início à prevenção nas escolas; não temos uma política de educação de massa que seja realmente eficaz nem meios reais de reprimir o comércio e o consumo; não temos instituições suficientes nem pessoal qualificado para o tratamento dos que já se encontram na mais completa dependência. Não temos quase nada. E o crack, exatamente por isso, avança.

Uma vez sob o domínio da dependência, tudo vira pedra. Bens pessoais viram pedra; relações pessoais e profissionais se arruínam, viram pedra; valores familiares se esboroam, viram pedra. Tudo é vivido e experienciado sob o prisma da próxima pedra. O tempo de uma vida passa a ser contado em vista da próxima pedra a ser fumada. Podemos dizer até que os corações também ficam empedernidos, insensíveis a quaisquer sentimentos ou emoções que não envolvam a insaciável fome de pedra. Uma vez agrilhoados pela necessidade irreprimível da próxima pedra, esses filhos de Medusa não conseguem se libertar, nem têm em nossas instituições o necessário aparato de apoio para que voltem a ser humanos como um dia foram, capazes de vislumbrar um presente e um futuro possíveis.

Um dia, talvez, olharemos para trás e teremos uma visão melhor do que passamos hoje. Quem sabe a sociedade, já livre do terror do crack, balance a cabeça tristemente e pense nas palavras de Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra; tinha uma pedra no meio do caminho...”

Escrito por:
Tony Saad/Linguista e professor
Gabriela Ferreira/Assistente social

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mário Quintana disse:

"Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples
e tão puras como a água bebida na concha das mãos."

Ser Águia...




A mãe águia decidiu que aquele seria o dia de iniciar o jovem filhote na sociedade das Águias.

Teria que lhe mostrar que ser Águia é ser diferente de qualquer outro ser. É ter que voar sempre mais alto que os outros.

Levou-o para fora do ninho. Há meses que o jovenzinho vivia ali, protegido, recebendo tudo pronto, ora do pai ora da mãe. Ninguém vinha incomodá-lo. Mãe ou pai, sempre um deles estava nas redondezas protegendo-o, cobrindo-o de plumas, trazendo-lhe iguarias das mais variadas e sempre gostosas.

Ao transpor as paredes do ninho, titubeou. Epa! Não estava acostumado a caminhos diferentes. A mãe sorriu e resistiu à tentação materna de ampará-lo.

Era necessário que o jovem filhote fosse sentindo seus limites, suas forças e fraquezas. Afinal, a única imagem que sempre tivera era a do pai e da mãe. Águias no sentido pleno da palavra é símbolo da imortalidade, do ser vivo sem limites em busca do inacessível aos humanos; símbolo da visão que consegue perscrutar o inescrutável, o invisível, o espiritual, tal qual João, o Evangelista, que conseguiu ver Deus no Verbo e o Verbo, que é Deus, feito Homem; símbolo do poder que paira nas alturas, bem acima do mortal e destrutível, assumido pelo Deus como guia em meio da elevação espiritual; símbolo da imortalidade e dos que conseguem sobrepujar a todos e a tudo, mesmo à morte e, por isso, visto pelos gregos, como a figura mais próxima da realidade de Zeus, o Deus grego todo poderoso;

Enfim, pensava a jovem mãe, tinha que passar para o jovem filhote toda essa história da dinastia, sem se esquecer, é claro, dos povos e grandes conquistadores que decidiram ostentar, em seus escudos e em seus brasões, a figura altiva, de asas amplas, abraçando o universo, de olhar perscrutaste, fixo no horizonte, de garras afiadas que tanto atacam quando defendem. Mas, também, o símbolo da fidelidade amorosa, fiéis, há anos, um ao outro, curtindo o mesmo ninho, sempre o mesmo, mas sempre renovado tanto no tamanho quanto na beleza (para o nascimento do filhote, forrara tudo com folhas novas bem verdes…)

Não seria muita responsabilidade para aquele ser ainda tão novo, frágil, desconhecedor das tristes realidades da vida, das quais nem a Águia, por mais acima de tudo que consiga voar, estará livre? E se ela só lhe contasse os grandes feitos da dinastia: como seu pai a conquistara numa luta jamais vista, como seus irmãos mais velhos conseguiram superar todos os iguais, conquistando espaços cada vez maiores. O dia em que ela mesma trouxera para o ninho uma presa, um bicho preguiça, de peso igual ao seu. Como mãe Águia que se preze, não poderia esconder as verdades. Águia não tem medo da luz, sabe voar alto e, quando preciso, é capaz de voar rasteiro bem próximo à presa. Quando define um alvo, lança-se tal qual flecha certeira e veloz em direção a ele. O céu e a terra lhe são comuns.

- Meu filhote, hoje começa um novo momento em sua vida. Até agora, em seu ninho, você viveu como qualquer ave, dependente, frágil, protegida, sem grandes horizontes. A única diferença é que você tinha uma mãe e um pai que são Águias. Começa para você a “Era da Águia”.

- Mãe, o que vou ter que fazer para ser Águia? Onde estão às outras aves, os outros animais?

- Em primeiro lugar, meu filhote, você vai ter que aprender a Ser uma Águia. Terá que se distinguir até de todas as outras Águias. A nossa dinastia é a da Águia Real. Somos aves como qualquer outra. Temos limites, tanto no céu quanto na terra. Também morremos, ou de morte comum ou perseguida pelos caçadores. Os caçadores fazem de tudo para nos abater.

- E como vou me defender se estou com medo? Pensei que fosse viver sempre ali naquele ninho.

- Meu filhote, repare em suas garras e veja as minhas. Diferentes, não? É uma questão de tempo e de exercício constante. Servem para a vida e para a morte. Dão-nos firmeza e, na hora da luta, são nossas armas. Veja meus olhos. Os homens cientistas não entendem como, mesmo localizados do lado da cabeça, conseguimos ter um raio de visão tão amplo.

- Estou olhando para baixo e só vejo um abismo.

- Olhe seu pai, lá longe. Veja a velocidade com que se está projetando para a terra: vai em direção àquele coelho que está a sair da toca. Logo, estará trazendo a refeição de hoje. Você precisará exercitar a visão. Olhos todos seres vivos têm, mas Visão de Águia só nós. Olhe para o sol.

- Não dá, disse o filhote, desviando o olhar. A luz é muito forte. Ofusca.

- Ser Águia é ser capaz não só de fitar o Sol como, até, de voar em sua direção, como se quisesse alcançá-lo. Ter Visão de Águia é ser capaz de ir das profundezas a sublimidade da vida, superando-se sempre. Nosso olhar tem o brilho do sol, da luz superior.
- Olhe o tamanho de minhas asas quando eu as abro. Parece que nós, Águias, queremos assumir o espaço todo aqui em cima. Abraçar o mundo. Você as terá, também, continuou a mãe, ao perceber que o filhote olhava para as suas próprias asas tão pequenas ainda. Elas nos permitem alçar vôo a alturas que outras aves não conseguem. Apenas os homens, com suas máquinas, nos conseguem imitar e superar.

Eles mesmos sempre sonharam voar, mas nunca conseguiram. Você terá que aprender a voar. O Vôo de Águia em direção ao sol, ao inescrutável, àquilo que os outros não conseguem ver nem olhar. Como João, o Evangelista, que via Deus onde os outros viam simples criaturas.

- Deixe-me ver, mãe, se entendi tudo. Para ser Águia de verdade terei que desenvolver a visão dos detalhes e do todo para conseguir enxergar o que os outros não vêem, melhorar minha capacidade de voar baixo em busca de alimento e em direção ao sol para manter sempre vivo o brilho do meu olhar, reforçar minhas garras como meio de firmar-me onde estou e como instrumento de sobrevivência. Mas, há um detalhe, você ainda não me ensinou a voar.

Nesse instante, a jovem mãe, de forma decidida, com suas asas, empurrou, sem pensar duas vezes, o jovem filhote em direção ao vácuo. Espantado, desorientado, desordenadamente, o filhote foi descobrindo que voar era seu destino. E sentiu que valia a pena ser Águia. Olhou para o sol e, na mesma direção, viu o pai e a mãe voando juntos. Nesse instante, sentiu que era uma Águia.

Começara para ele a Era da Águia. Um novo tempo. Uma nova forma de viver.

Autor desconhecido

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

93% da atividade legislativa dos vereadores do Rio de Janeiro é irrelevante para a cidade.

O movimento - Transparência Brasil - divulgou uma lista com os nomes de vereadores, classificando as matérias apresentadas por eles como irrelevantes ou relevantes. As matérias como irrelevantes são, entre outras, homenagens a pessoas e instituições; batismos de logradouros, salas etc. As relevantes, teriam consequências concretas sobre a sociedade.

O link da vergonha,sobre os vereadores do Rio de Janeiro é:
http://www.excelencias.org.br/@pls.php?cs=19

ou

http://www.excelencias.org.br/PLsRJ.pdf

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Comentário:Eu tenho até medo de saber dos vereadores de Petrópolis,mas,estou procurando......
Gabriela

Política ou internação em manicômio?


"Não é um problema meu. Eu não votei em Sarney para senador do Maranhão". (Lula)

Milhares de homens estão fazendo circuncisão na África do Sul

Busca cada vez maior por circuncisões contrasta com recursos de combate do governo africano.

Milhares de jovens vão à única clínica para circuncisões na África do Sul. Cada um deita em uma das sete mesas de cirurgia próximas umas das outras e separadas apenas por um pano verde.
- Fiz 53 em um dia de trabalho de sete horas - conta Dino Rech, médico que ajudou a criar o espaço altamente eficiente para realizar cirurgias nessa clínica financiada por franceses.

A circuncisão mostrou que reduz o risco de um homem de contrair HIV por mais da metade. Ainda assim, dois anos depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendar a cirurgia, o governo do país ainda não a oferece para ajudar a combater a doença ou educar o povo sobre seus benefícios.

Outros países africanos estão oferecendo o procedimento a milhares de pessoas. Mas na África do Sul, país central no coração da epidemia, o governo tem mantido silêncio sobre a questão, apesar das duras críticas internacionais que o país tem enfrentado por fracassar em combater e tratar a AIDS.

- Países ao nosso redor com menos recursos, tanto humanos quanto financeiros, são capazes de atingir mais - observa Quarraisha Abdool Karim, o primeiro diretor do programa nacional da África do Sul de combate a AIDS, iniciado durante o governo do presidente Nelson Mandela. - Eu queria entender por que a África do Sul, com uma quantidade invejável de recursos, não é capaz de responder à epidemia da forma como Botsuana e Quênia o fazem.

Mesmo sem envolvimento do governo, a demanda pela cirurgia, feita de forma gratuita com anestesia local, aumentou no ano passado na clínica de Orange Farm. Ainda assim, os homens recebem conselhos para continuar a usar camisinhas, uma vez que a circuncisão protege parcialmente.

Os homens costumam aguardar nervosos. A maioria esperava que o procedimento os ajudasse a ficar saudáveis no país com mais pessoas infectadas pelo HIV do que qualquer outro. Mas alguns admitiram ter outra motivação surpreendente e poderosa: ouviram de amigos recém-circuncidados que o sexo melhorou. Eles dizem que dura mais, que as amantes acham que o cara é mais limpo e excitante na cama.

- Minha namorada estava me perturbando para fazer isso - lembra Shane Koapeng, 24 anos. - Então resolvi fazê-lo.

Como novas infecções por HIV continuaram a superar os esforços para tratar os doentes na África, aumenta a preocupação com a elevação dos custos do tratamento para um número cada vez maior de pacientes que precisam de remédios para o resto de suas vidas. Quase 2 milhões de pessoas foram infectadas em 2007 na África Subsaariana, aumentando o total dos que vivem com HIV na região para 22 milhões, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas.

Os grandes doadores internacionais para programas de AIDS, incluindo os Estados Unidos e o Fundo Global para a Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária, estão prontos para fornecer dinheiro para circuncisão dos homens, mas os países têm de estar prontos para aceitar a ajuda.

- Você não pode impor isso estando de fora, particularmente uma intervenção tão sensível co-mo essa - observa o diretor-executivo do Fundo Global, Michel Kazatchkine.

Médicos da área de saúde pública concordam que circuncidar milhões de homens não será tarefa simples. A África sofre com falta de médicos e enfermeiras, e a circuncisão é potencialmente um campo minado político e cultural em países onde alguns grupos étnicos a praticam, mas outros não.

Projeto

Ainda assim, alguns países estão mostrando que pode ser feito. Em Botsuana, a circuncisão foi amplamente interrompida no fim do século 19 e início do 20 pelos missionários cristãos e administradores britânicos da era colonial. Mas Festus Mogae, presidente de 1998 a 2008, forneceu uma aprovação fundamental da circuncisão masculina antes de deixar o cargo.

No ano passado, o governo treinou equipes médicas para fazer circuncisões em todos os hospitais públicos e pretende até 2016 ter circuncidado 470 mil homens desde a infância até a idade de 49 anos - o que corresponde a 80% do número total nesse grupo.

Fonte: Jornal do Brasil - RJ

Franceses identificam nova variante do vírus da Aids

Pesquisadores da Universidade de Rouen, na França, identificaram uma nova variante do vírus HIV, aparentemente transmitida aos humanos por gorilas. A informação é destaque de agências internacionais e também do jornal Zero Hora.

Uma equipe de pesquisadores franceses identificou uma nova variante do HIV tipo 1 - o vírus responsável pela maior parte dos casos de Aids - que é geneticamente muito próxima do SIV, um vírus de imunodeficiência descoberto recentemente em gorilas.

A descoberta desta nova variante destaca a necessidade de se vigilar de perto o surgimento de novas variantes do HIV, especialmente na África Central, origem de todos os grupos do HIV-1,salientaram pesquisadores, no estudo publicado neste domingo na revista Nature Medicina.

Existem dois tipos de vírus da Aids, o HIV-1, que é maioria, e o HIV-2, pouco frequente. O HIV-1, por sua vez, se divide em três grupos: M, que causou a pandemia de Aids, O e N.

A nova variante, identificada pela equipe do doutor Jean-Christophe Plantier, do Centro Nacional de Referência do Vírus da Imunodeficiência Humana, parece ser protótipo de um novo grupo de tipo HIV-1, que os pesquisadores denominaram grupo P.

O HIV-1 tem laços com o vírus da imunodeficiência de chimpanzés e, inclusive, se acredita que o SIV dos gorilas tem origem no grupo N.

A nova variante do HIV foi identificada em uma paciente originária de Camarões e apresentava um perfil raro. Os pesquisadores pensaram, a princípio, que tratava-se do grupo O, mas a análise completa do genoma permitiu estabelecer que era de um novo grupo.

O impacto deste novo grupo P poderá ser o mesmo produzido pelo grupo O, que representa 1% dos casos de Aids em Camarões e atinge em torno de 100 pacientes na França.

São casos raros, mas não se pode descuidar, porque este tipo de variante representa dificuldades em matéria de diagnóstico e de terapia.

A paciente infectada pela nova variante está bem e baseado no genoma foi possível determinar o tratamento adequado (...), ao qual respondeu muito bem.

Os cientistas destacaram que a paciente foi contaminada por outras pessoas, certamente em Camarões, e é neste país que procuram novos casos.

A sequência genética da nova variante está no GenBank, um banco de dados acessível pela Web.

Fonte: AFP

Artigo:Antirretrovirais garantem qualidade de vida



"Quanto à liberação desses medicamentos, todo o rigor científico é observado por meio de estudos clínicos controlados e em consonância com os comitês de ética médica e órgãos reguladores nacionais e internacionais, como a Anvisa e a Organização Mundial da Saúde. Ou seja, nenhum estudo poderá ferir os princípios da ética e da segurança estabelecidos com o intuito de proteger os pacientes.

No momento dispomos de 18 medicamentos antirretrovirais e, entre eles, o AZT continua sendo um dos mais indicados e prescritos pelos infectologistas. É considerado primeira opção de combinação dentro do Consenso Brasileiro em Terapia Antirretroviral, norma oficial do Ministério da Saúde que orienta os médicos no acompanhamento dos portadores de HIV/aids. Vale lembrar que o AZT tem sido essencial para a prevenção da transmissão vertical do HIV (mãe para filho). Seu uso sistemático promoveu a queda de casos dessa categoria de transmissão de quase cinco vezes: de 418 casos em 1997 para 84, em 2006."

Por:Dra. Maria Clara Gianna é coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo.

Violência .......

Quarenta e uma crianças foram vítimas de abuso sexual em Várzea Grande, Mato Grosso,nos 6 primeiros meses deste ano. A maioria meninas, de 5 a 10 anos, violentadas por padrastos, pais, tios e avôs, pessoas que deveriam protegê-las. São casos que foram investigados e confirmados pelos 2 Conselhos Tutelares do município.Há ainda uma grande quantidade de denúncias que precisam ser comprovadas.

Um beijo no coração de todos
Gabriela

HIV por transmissão vertical

A primeira geração de bebês infectados pelo HIV por transmissão vertical (de mãe para filho) nos anos 80 chegou à juventude. Quase todos passaram a infância enfrentando doenças oportunistas e tiveram de se acostumar com termos técnicos como carga viral, linfócitos CD4 ou genotipagem. Mas, apesar dos problemas como enfrentar o preconceito e conviver com internações constantes, eles dizem que se fortaleceram com as dificuldades e hoje encaram a Aids como uma doença crônica, que exige cuidados, mas que não os impede de aproveitar a vida e fazer planos.

A assistente social Luciana Basile notou essa característica ao ouvir alguns desses jovens para seu mestrado, defendido em março, na Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Eles não pensam muito na morte nem têm a autoestima abalada. A expectativa de vida é grande”, destaca.

Segundo o sanitarista do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde, Marcelo de Freitas, a infecção do HIV em crianças é mais agressiva. Porém, com o advento de novas drogas, elas tiveram a vida prolongada.

A partir de 1996, foi implantada no País a política de profilaxia da transmissão vertical, que inclui oferecer antirretrovirais (remédios que impedem a multiplicação do vírus) para a gestante e o bebê. A chance de contaminação, que era de 25%, hoje é de 1% ou menos. Para Freitas, a Aids tem padrão de doença crônica, mas só quando há boa adesão ao tratamento.

Sidnei Pimentel, infectologista do Centro Estadual de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo, diz que alguns deles ficam desmotivados para seguirem adiante com o tratamento, por tomarem medicamento desde novos e não apresentarem sintomas. À medida que essas crianças crescem, surgem novas questões a serem enfrentadas, como a transição entre o setor pediátrico e o de adultos no hospital.

No centro, foi criado há um ano um ambulatório de transição, que prepara o jovem para a mudança de setor. “Na pediatria, eles são mais protegidos. O setor de adultos tem mais pacientes, pode ser chocante mudar”, afirma Pimentel. Conforme dados do Ministério da Saúde, casos de transmissão vertical de Aids foram registrados no Brasil de 1980 a junho de 2008.

Fonte: Folha de S. Paulo

Ações que fazem grande diferença!!!!!


De trás das grades, uma nova profissão

De trás das grades, uma nova profissão


Nos moldes de figuras desenhadas no tecido, o aprendizado de uma nova profissão. Da ponta da agulha ao colorido das linhas no bordado, a esperança de dias melhores fora da prisão. É no trabalho cuidadoso do artesanato de Patchwork, em toalhas de louça, que 43 detentas do Presídio Santa Augusta desenvolvem, a menos de um mês, o autoconhecimento, imaginação e seus potenciais criativos. Mantido pela Justiça Federal, o projeto "Mãos que criam" tem proporcionado a ressocialização e a capacitação formativa de mulheres que um dia entraram no mundo do tráfico e foram parar atrás das grades.

Seguidas semanalmente, a ocupação do curso de Patchwork no galpão da ala feminina movimenta a rotina das mulheres no presídio e leva as presas à busca de conhecimento. Como a maioria das integrantes do grupo, M.V.M., 20 anos, foi presa por tráfico de drogas. Obrigada a cumprir pena em regime fechado, a jovem começa a encontrar na técnica do Patchwork a oportunidade de trabalho e renda quando ganhar a liberdade. "Quando sair nas ruas quero continuar a fazer o artesanato nas toalhas de louça. É uma oportunidade que estamos recebendo aqui e que nunca tivemos do outro lado das grades. Minha mãe é costureira. Quem sabe montamos juntas um negócio", diz a detenta, fazendo planos para o futuro. Colega de cela, S.L., 28, disse que aprendeu a arte do Patchwork nas aulas promovidas pela Justiça Federal. "Não sabia fazer nada. Estou gostando muito. A cada aula quero aprender mais. Antes batia ganchos (confecção de prendedores de roupa). Poderiam ampliar com mais aulas", conta a jovem, mãe de quatro filhos e presa há cinco meses.

Segundo a professora de Patchwork, a psicóloga Camila Milioli Preve, a cada aula é nítido o crescimento e interesse das alunas. "Elas me surpreendem a cada dia com a facilidade de aprendizado. Estamos na terceira aula, na primeira tiveram várias detentas que não queriam frequentar as oficinas. Hoje elas não querem mais sair", lembra. Para daqui alguns meses, o grupo pretende montar uma feira para comercializar as toalhas. "Foi acordado que 50% ficará para elas e os outros 50% retornará para o projeto, na compra de novos materiais. A atividade é desenvolvida no regime de prestação de serviço", explica a psicóloga. As aulas são ministradas todas as terças-feiras, no período matutino e vespertino. O grupo é dividido em duas turmas.

De acordo com dados do Ministério da Justiça, a taxa de reincidência chega a 70% das pessoas que cumprem suas condenações e saem das prisões no Brasil. Um dos fatores que proporciona este índice é a falta de programas alternativos. M.K., 45 anos, faz parte destes números. Presa pela terceira vez pelo crime de tráfico de drogas, ela está presa há dois anos. "É contado dia-a-dia. As atividades de oficinas nos ocupam. Preenchendo nosso dia, não temos tempo de pensar besteiras. Estamos aqui, mas sempre lembramos das pessoas que deixamos lá fora. Quando sair daqui quero completar meus estudos, voltar a vida normal. Mas até que consiga emprego com carteira assinada, as toalhas podem me ajudar. É mais fácil ter um emprego informal, até que você prove que é uma pessoa do bem", fala.

Iniciativa é considerada pioneira nos estados do Sul

A iniciativa da Justiça Federal de Criciúma, que atende a 4ª região, é considerada pioneira entre os três estados (RS, SC e PR). Por meio de recursos, viabilizados de prestações peculiares, de condenações de crimes, ao todo são mantidos seis projetos em andamento na cidade. O investimento gira em torno de R$ 13 mil.

Além dos trabalhos desenvolvidos com as detentas do Presídio Santa Augusta, são realizados convênios com entidades públicas e sociais. Na Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), a oficina "Integrar é possível" atende 40 alunos; o projeto "Aprendendo a aprender" viabiliza atividades educacionais a alunos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Com aulas de Hip Hop e Street Dance para a terceira idade e o desenvolvimento de atividade da socioterapia são atendidas cinco casas de repouso para idosos, em Criciúma. Também são contemplados nas oficinas de Editoração Eletrônica adolescentes do Centro de Internamento Provisório (CIP).

Coordenado pelo juiz federal da 1ª Vara de Criciúma, Marcelo Cardoso da Silva, em média, os projetos atendem por mês, em torno de 500 pessoas. Algumas atividades são ministradas diariamente. "Queremos otimizar, fomentar projetos sociais. Como o propósito é trabalhar a vulnerabilidade, depois de várias análises chegamos ao Peti, detentas, AMA, Cras e idosos. Resolvemos diversificar. A partir dos convênios com as entidades, os trabalhos iniciaram em maio de 2008. O projeto "Hip Hop" e o "Mãos que criam" iniciaram nesse mês de julho", explica o juiz federal.

Segundo Silva, a ideia é fugir do assistencialismo. "Queremos que os recursos se multipliquem em possibilidades sociais. A ideia é a inclusão social. Queremos investir em pessoas. Anteriormente, não havia estratégicas para a aplicação dos recursos. São maravilhosos os resultados, compensatório. Com pouco dinheiro auxiliamos casos de riscos sociais. Na nossa sociedade não há tantos investimentos em idosos. Estamos estudando em ampliar novos projetos", ressalta. São envolvidos cinco executores de projetos e uma assistente social.

Na última sexta-feira foi encaminhado e assinado o sétimo convênio. O projeto Comunicação atenderá 120 adolescentes em risco social e vulnerabilidade, do bairro Tereza Cristina. Com aulas de técnica vocal, teatro, música e poesia, os alunos irão sair da rua e aprender a compor. Um estúdio será montado na localidade. No final de cada álbum, o lançamento do CD.

Maior interação e barreiras do preconceito quebradas

Um novo sentido à vida, quebrando as barreiras do preconceito e inserindo na sociedade crianças e adolescentes com síndrome de autismo. É com este caminhar que o projeto "Integrar é possível", da Justiça Federal, vem atender alunos da escola Meu Mundo e abrir espaços a novas mudanças. Com atividades nas produções de caixas decorativas, a oficina de artes envolve cerca de 40 alunos.

Todas as atividades respeitam as potencialidades de cada estudante. "Na oficina de artesanato em madeira, eles lixam, pintam e decoram, sempre auxiliados por nós. Vejo que eles gostam bastante de frequentar as aulas. Eles sabem até o dia que terão as aulas. Vendo o concreto, eles percebem que podem fazer algo mais", diz a pedagoga Rosane Freitas Glashorester.

Lucas Inácio, dez anos, é um dos alunos do projeto "Integrar é possível" e diz adorar pintar. Segundo a pedagoga, desde que começou a frequentar as atividades, o garoto melhorou sua forma de se expressar com as pessoas. "Ele possui baixa visão. Com o desenvolvimento das atividades, Lucas melhorou, consideravelmente, no desempenho de outras aulas". Todos os adolescentes, nas aulas, são auxiliados pela profissional para o desempenho das atividades. A venda das caixas decorativas é revertida na compra de materiais para a escola.

Para a diretora da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), Ivone Miranda Rosa, o projeto oferece oportunidades para os alunos se desenvolverem. "A maioria tem defasagem mental e não deficiência mental. O projeto abre campos para ampliar a interação, aprendizagem e contato com a sociedade", diz Ivone.

Outros projetos

Street Dance na Terceira Idade

Alguns dos objetivos: Procurar uma maior responsabilidade e troca de conhecimentos e experiências nas "atividades dançantes", realizadas com os idosos para enriquecer e ampliar possibilidades dentro da cultura corporal de movimento, dando uma maior satisfação e prazer para os mesmos. Enfrentar o envelhecimento de modo consciente; livrar-se dos preconceitos e buscar saúde e prazer praticando atividade física.

Atendimentos: A oficina é oferecida em cinco asilos: São Vicente de Paulo, Rede Vida, Feistauer, Cantinho do Idoso e Valentes de Davi. O atendimento é uma vez por semana com a duração de quatro aulas de (60min). São oferecidas aulas de alongamento/relaxamento, Street Dance/consciência corporal, caminhada direcionada e atendimento para os acamados.

Aprendendo a aprender

O projeto visa apresentar propostas para dirimir as dificuldades de aprendizagem dos alunos integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil de Criciúma (PETI). Trabalha o processo de alfabetização por meio de atendimentos individuais, atendimentos em grupo, atendimento à família, acompanhamento nas escolas e oficinas. Com encontros semanais, atende o Peti da Vila Miguel e Renascer.

Cuidando de si

Proporcionar aos idosos, através de vivências socioterápicas, um momento de reflexão, sensibilização e conscientização, trabalhando suas emoções, sentimentos e motivações, de forma a resgatar a autoestima, autoimagem, autoconhecimento, autoconfiança e amor próprio de cada um. Oportunizar momentos de lazer, descontração, divertimento e relaxamento e promover a integração e interação dos idosos no grupo, desenvolvendo relações de amizade, afetividade e cooperativismo. Com encontros semanais, de 120 horas mensais, são atendidos idosos do Asilo São Vicente de Paulo, Lar 3ª idade Rede Vida, Lar de Auxílio aos Idosos Feistauer, Cantinho do Idoso e Valentes de Davi.

Oficina de Editoração Eletrônica

A Oficina de Editoração Eletrônica iniciou em junho de 2008. Seu objetivo principal é capacitar adolescentes na arte da editoração eletrônica, por meio da utilização dos principais programas, como Corel DRAW, PageMaker e Adobe Photoshop, usados na elaboração de materiais impressos como livros, revistas, jornais, folhetos, outdoor, dentre outros. Desde o seu início foram contemplados adolescentes do CIP - Centro de Internamento Provisório, Abrigo Municipal de Criciúma, Casa da Criança e do Adolescente e do programa de Liberdade Assistida. No segundo semestre de 2009, o projeto passa a contemplar o Cras do bairro Tereza Cristina e a Ong Cidadania em Ação, que tem como foco o bairro Anita Garibaldi, ambos em Criciúma. Além das aulas de editoração eletrônica, são ministradas aulas de conteúdo básico. A carga horária é de 140h/mês.

fonte:A tribuna - Criciúma

domingo, 2 de agosto de 2009

Hoje eu li....

O destino une e separa as pessoas, mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas que, por algum motivo, um dia nos fizeram felizes.

Crack,nem pensar - Heróis da resistência

Um é coronel, um é ex-usuário de drogas e o outro, padre. Em comum eles têm a vida dedicada a devolver o caminho a quem perdeu o rumo. Praticamente anônimos, trabalham com paciência, fé e dificuldade de recursos financeiros. São os guardiões da esperança, pessoas responsáveis por clínicas de tratamento e sinônimos de ajuda quando o desespero atinge as famílias.

O choro e os gritos de três meninos de rua numa delegacia de Itajaí, há 38 anos, despertaram o início da mobilização contra a dependência química e pela prevenção às drogas para o então capitão da Polícia Militar e hoje coronel da reserva, Valmor Raimundo Chaves, 71 anos.

Ele é um dos pioneiros na recuperação de dependentes na Grande Florianópolis com as comunidades terapêuticas do Centro de Valorização Humana, Moral e Social (Cevahumos), em Angelina. Também está à frente de um projeto de ocupação com 120 crianças de seis a 14 anos, no Bairro Abraão, região continental da Capital.

“Cabeça”, “Satanás” e “Berruguinha” consumiam drogas, viviam sujos e furtavam. Na delegacia, ao perceber que os três tinham apanhado, Chaves decidiu levá-los para o quartel da PM, onde ganharam ocupação e saíram das drogas.

O coronel está convicto que a ofensiva contra o vício deve ser na prevenção, na educação e na ocupação das crianças antes que elas experimentem maconha, cocaína e crack, a droga responsável por 90% das internações nas três comunidades terapêuticas do Cevahumos.

Dificulade financeira é comum entre os trabalhos

Num dos espaços, no Bairro Abraão, as crianças ganham alimentação e participam de oficinas de educação física, dança, artes e capoeira. A sala de informática e o consultório odontológico estão praticamente montados, mas estão vazios porque o Cevahumos não dispõe de recursos para pagar profissionais.

– Temos convênio com a prefeitura, mas não são suficientes para pagar um dentista ou os professores de informática – lamenta Chaves, que estima a necessidade de uma ajuda de R$ 2 mil mensais para viabilizar as oficinas ás crianças.

A dificuldade financeira também é problema comum entre estes três homens – empecilho que eles igualmente conseguem superar. Cansado de perder amigos presos ou mortos pelo envolvimento com drogas, o ex-dependente químico Jonas Ricardo Pires, 44 anos, da Capital, dedica-se à mesma causa do coronel Valmor. Ele fundou a primeira fazenda de recuperação do Centro de Recuperação de Toxicômanos e Alcoólicos (Creta) em 1995, em Palhoça. Hoje, 14 anos depois, são 14 fazendas em São José, Florianópolis, Palhoça e Paulo Lopes, e 490 dependentes em recuperação – 70% deles com problemas com o crack.

Livre das drogas, Jonas casou e hoje é tratado com um salvador por centenas de ex-usuários. Ele quer ampliar o projeto e calcula a necessidade de mais 60 novas vagas – o problema é a dificuldade financeira comum a essas entidades.

O padre Luiz Prim, 50 anos, ainda reza missas, celebra batizados, mas a razão maior de seu conhecimento e trabalho espiritual está ligada a cinco clínicas de tratamento da Grande Florianópolis. Iniciou na atividade há mais de duas décadas quando participava de movimentos populares. Um dos lugares que atua é o Recanto Silvestre, em Biguaçu – o espaço foi doado por um empresário que perdeu o filho viciado em heroína e que morreu de overdose.

Mais de mil pessoas em tratamento já passaram pelo trabalho de libertação do padre. O jeito brincalhão de falar e o modo de vestir-se, com calça jeans e camisa para fora, nada o associam a um religioso.

– Quem usou crack aqui? – pergunta ele a um grupo de 20 ex-usuários em tratamento, enquanto a maioria levanta o braço.

– Você tem cara que fumava casca de ostra achando que era pedra de crack – brinca com um deles, seguido de gargalhadas dos internos.

Com alegria e otimismo é que o padre de Florianópolis abastece o olhar machucado de quem quer abandonar a maconha, a cocaína, o álcool e, principalmente, o crack – a droga mais pesada e que esgota as vagas nas clínicas de Santa Catarina.

diogo.vargas@diario.com.br

diario.com.br

fonte:Diário Catarinense