Famílias se unem para dizer SIM à VIDA
e NÃO à VIOLÊNCIA na Praça Saens Peña
O Brasil tem 5 564 municípios e ocupa a constrangedora 83ª posição no Índice de Paz Global (Global Peace Index - GPI), o primeiro estudo que classifica 121 países de acordo com o grau de paz. Um dos fatores que mais pesou negativamente sobre o Brasil foi sua elevada incidência de violência urbana. Por dia morrem 105 pessoas no país. O Rio de Janeiro é o 2º município com maior número de homicídios na população total em 2006. A Tijuca é considerado o 2º bairro onde acontecem mais roubos do Rio de Janeiro.
Para ajudar a mudar esse quadro, na Semana Nacional da Família, a Igreja Santo Afonso aposta na esperança e entra na luta contra a violência, convidando as famílias a se unirem num grande movimento pela vida. Com o tema DIGA SIM à VIDA e NÃO À VIOLÊNCIA, o encontro acontece no próximo sábado, dia 16, às 11h, na Praça Saens Peña, na Tijuca. A programação conta com uma série de atividades que começa com a celebração de uma missa e é aberta a toda a comunidade. A expectativa é de que mais de três mil pessoas participem. Entre os presentes estarão padres de diversas paróquias e os pais de Gabriela Prado Maia Ribeiro, Carlos Santiago, Daniel Duque, Daniela Duque, João Roberto, Paulo Roberto e avó, além de parentes de outras vítimas da violência. O Evento é uma iniciativa da 2ª Forania do Norte que compreende 10 paróquias da Tijuca, Usina, Muda e Alto da Boa Vista.
Durante o encontro pela paz será feito um minuto de silêncio pelas vítimas da violência no Rio de Janeiro. Lenços e bandeiras brancas nas janela de apartamentos, escritórios, comércios e escolas marcarão a participação dos moradores da Tijuca no evento. As famílias das vítimas de violência entrarão no momento do Ofertório carregando uma colcha com as vítimas da violência. Ao final todas as famílias receberão também uma benção especial. Pombos brancos serão soltos por crianças, simbolizando o desejo pela paz.
A violência não tem dado trégua no Rio de Janeiro. Famílias inteiras vêm sofrendo e chorando a perda de um filho, marido, esposa, mãe, irmão ou pai. Os filhos da violência têm nomes e rostos. As vítimas não depende de idade, nem do bairro onde se mora ou de condições sociais. Na história da violência carioca quem não se lembra de casos que chocaram o país, como a morte da adolescente Gabriela numa troca de tiros na Tijuca; do menino João Hélio, que foi arrastado por 7 quilômetros em ruas movimentadas de quatro bairros do subúrbio do Rio, e de João Roberto, uma outra criança metralhado dentro do carro por policiais também na Tijuca.
De acordo com o Pe. Nelson Antônio Linhares, da paróquia Santo Afonso, a Igreja não pode se alienar frente à violência. "É papel da Igreja vencer os desafios, promovendo uma cultura de paz. Precisamos restaurar o respeito à vida e às diferenças, cuja a fonte é o relacionamento da família. E a missa é um gesto concreto de solidariedade com todas as pessoas que sofreram algum tipo de violência. Venha participar desse grande encontro das famílias pela vida", convida o Pe. Nelson Antônio Linhares, orientador espiritual da Pastoral da Família.
PROGRAMAÇÃO
ENCONTRO DIGA SIM À VIDA E NÃO À VIOLÊNCIA
10h30 - Inicio da missa
11h - Leitura do Evangelho pelas famílias das vítimas de violência
12h – Ofertório com as famílias das vítimas pela violência
12h30 - Um minuto de silêncio pelas vítimas da violência no Rio de Janeiro
13h15 - Crianças soltando pombos brancos simbolizando a paz
13h30 - Benção para as Famílias
Geografia da Violência no Brasil e no Rio de Janeiro
A pesquisa revela que no estado do Rio, em 2003, 7.998 pessoas foram vítimas letais da violência -53,8 por 100 mil habitantes. Exatamente o dobro da média brasileira. Isso significa que 18 pessoas foram assassinadas no estado do Rio, diariamente, oito das quais na capital. A maioria eram jovens, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, pobres e negros, moradores das áreas mais pobres da cidade. Em São Paulo, o número de seqüestros pulou de doze para 307, nos últimos cinco anos ? um crescimento de incríveis 2.460%!
Nos últimos vinte anos o número de brasileiros assassinados aumentou 237%. A taxa é dez vezes superior à registrada na Alemanha. O pais gastou US$ 55 milhões ou seja 14% do Produto Interno Bruto (PIB) com a violência em 1.999, mas não conseguiu impedir o avanço da criminalidade. Em todo o território nacional foram 40 mil execuções, 10 vezes mais do que nas guerras da Chechênia, Kosovo e Croácia.
Nos 30 anos de guerra na Irlanda morreram 3 mil pessoas. Em todo o país Foram roubados 371 mil veículos - 229 mil somente em São Paulo - mais do que o total de carros fabricados anualmente no Uruguai, Chile, Peru, Equador e Colômbia. Os números fazem parte da pesquisa "A macroeconomia da violência, feita pelo professor Ib Teixeira, especialistas em estudos da violência da Fundação Getúlio Vargas,
A Grande Tijuca, do Maracanã ao Alto da Boa Vista, engloba sete bairros e 29 favelas. São 366 567 moradores. São 29 favelas. Nas favelas vivem 50 mil pessoas (14% do total). A Tijuca é considerado o 2º bairro com maior registro de roubos.
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