terça-feira, 10 de março de 2009

Doeu no bolso: "Folha" perdeu 2 mil assinantes, diz blog

Passados três dias do histórico ato em frente à "Folha", restam algumas reflexões a fazer.
A manifestação (precedida de intensa mobilização de internautas, e de um abaixo-assinado eletrônico contra o jornal) ocorreu no sábado. No dia seguinte, o Diretor de Redação da "Folha" reconhceu - em nota oficial publicada no jornal - que chamar a ditadura de "ditabranda" foi um erro.
Otavinho não o fez por bondade, nem por temer os trezentos cidadãos que se plantaram à porta do jornal, para protestar num sábado abafado e calorento. Ele o fez por temer a intensa repercussão negativa do fato.
Por trás dos trezentos cidadãos, havia centenas, milhares de outros mobilizados na internet.
Otavinho provou o poder da guerrilha na rede. Acostumado às estruturas hierarquizadas das velhas redações, achou que podia insultar a memória dos brasileiros e a honra de dois professores, sem provocar qualquer reação.
Arrogância ou ignorância?
A "Folha" nunca apanhou tanto como nessas duas semanas. Marcelo Coelho tentou defender o patrão http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/ditabranda-marcelo-coelho-quer-justificar-o-patrao, mas a verdade é que o moral da tropa baixou.
Isso me foi dito por um jornalista que trabalha na "Folha": o editorial infame, a defender a "ditabranda", e a resposta grosseira a Benevides e Comparato geraram "mal-estar" interno, disse-me em off o jornalista que trabalha para os Frias.
Ainda assim, seria pouco para obrigar Otavinho a reconhecer o erro. Ele está se lixando para o mal-estar dos funcionários. Um jornal que demitiu uma repórter que estava sob tortura no DEOPS http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/folha-demitiu-jornalista-que-estava-presa-pela-ditadura não se importaria com essas perfumarias.
As notícias que começam a circular dão conta de que o problema foi outro.
Assinaturas foram canceladas em bloco nos últimos dias. A notícia me chega desde a Barão de Limeira.
O leitor Russo Salvatore também me envia um texto do blog do Sakamoto http://colunistas.ig.com.br/sakamoto/ - com informação parecida. Leiam um trecho:
"Leitores chiaram (fontes de dentro do jornal dizem que uma onda de cancelamento de assinaturas teria acendido uma luz amarela – fala-se em perdas de até 2 mil assinantes) e até profissionais da casa lamentaram o uso do termo".
Isso teria enfraquecido anda mais a posição interna de Otavinho. Ele e o irmão Luis Frias travam uma guerra pelo comando do grupo, desde a morte do pai.
Luís cuida da parte administrativa e do UOL (que é mais rentável que o jornal). Otavinho fica com a "Folha".
O editorial e a arrogância na resposta aos professores teriam deixado Otavinho em posição mais frágil, justamente por ter provocado o cancelamento de centenas de assinaturas. Era preciso conter a sangria.
Quem conhece os bastidores da casa diz que não será surpresa se, nos próximos anos, Luis Frias comprar a parte de Otavinho nos negócios, assumindo sozinho a operação.
Não seria vantagem nenhuma para o Jornalismo.
Luís Frias, dizem minhas fontes, é parecidíssimo com o falecido pai. Cuida de notícias como se cuidasse de galinhas. Quer é dinheiro no bolso. Já Otavinho tem veleidades intelectuais.
Somados, os dois não dão nem meio Comparato. São jornalistas de fachada. Personagens do passado.

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Este texto foi retirado do blog de meu querido amigo Alfredo Caseiro-http://blogdocaseiro.zip.net/ - lá inclusive informa sobre outros acontecimentos deste triste episódio.

2 comentários:

Anônimo disse...

SUGIRO COM CARINHO
PARTIDOPETROPOLIS.BLOGSPOT.COM
OBRIGADA
E PARABÉNS PELO BLOG - O SEU.

Caseiro disse...

Olá, querida cyberamiga!
Mais um capítulo para o pastelão da folha. Levantaram uma nota publicada na própria folha, na qual o professor Comparato critica Cuba. Ou seja, o dono da folha não lê a folha! Faz muito bem, não?

Beijão!