segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Petrópolis é Referência em Saúde Mental de Acordo com OMS


Um relatório recém divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca Petrópolis como um dos três municípios do país que oferecem a melhor política de tratamento de doenças mentais. Os números revelam que houve uma redução, entre 2001 e 2007, de 81,7% nos casos de pacientes internados. O resultado deste trabalho é uma decorrência das ações implementadas que criou unidades de Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e levou para o Programa Saúde da Família o atendimento psiquiátrico.

O trabalho da OMS valoriza as ações integradas de saúde básica no tratamento de doenças mentais.Hoje no Brasil, o município com a melhor ação é Sobral, no Ceará. Logo depois vem Petrópolis e Macaé, no Rio de Janeiro.

“ O grande desafio dentro da área de saúde mental não é excluir o paciente do convívio social. O que temos que vislumbrar dentro desta questão, é o tratamento voltado para a recuperação integral do individuo. A solução é trabalhar todas as referências diárias da vida cotidiana do paciente", avalia Rui Carlos, coordenador do Programa de Saúde Mental de Petrópolis.

A partir de 2001, ano em que o atual governo definiu as diretrizes de ações a serem implementadas, houve uma redução continuada no número de internações. Em 2001 foram registradas 1.520 internações. Já em 2007, o número de internados caiu para 336. De 2006 para 2007, houve uma queda significativa de 50,9% nos registros de internações realizadas.

Os índices de atendimentos de urgência mental no Hospital Municipal Nelson Sá Earp (HMNSE) também tiveram queda de 33%, reduzindo de 4.067 atendimentos em 2001 para 1.998 até o início deste ano. O Centro de Atenção PsicoSocial da Prefeitura (Caps), criado em 2004 pelo prefeito Rubens Bomtempo, atende uma demanda significativa dos casos em Petrópolis. O Caps Nise da Silveira atende cerca 400 pessoas por mês e o Capsi Sylvia Orthof, voltado para clínica infantil, realiza uma média de 312 consultas. Os Postos de Saúde da Família (PSFs) da Posse, de Araras, Pedro do Rio e Itamarati, somados, atendem cerca de 574 pessoas mensalmente.

As ações diferenciadas e o enfoque em um tratamento mais humanitário, aplicando os conceitos da psiquiatria e psicologia humanista e existencial, servem como alicerce para o trabalho realizado. O objetivo do Programa de Saúde Mental municipal é oferecer aos pacientes uma diversidade de serviços ancorados nos métodos e técnicas terapêuticas referentes a vários níveis de complexidade. Por meio de ações previstas, numa ótica diferenciada de cuidados psicossociais, os pacientes são beneficiados com a reinserção responsável dentro da comunidade e com o acompanhamento permanente durante um período estipulado pelo médico que acompanha o caso.

Várias outras atividades foram realizadas para otimizar o setor. São exemplos da reestruturação da Saúde Mental no município a criação do Conselho Interno Gestor de Saúde Mental; o Projeto de Inclusão Social; implementação dos Caps; reorganização da Coordenadoria Anti-Drogas e do serviço de atendimento aos usuários; desenvolvimento e criação do Programa Municipal Anti-Drogas; desenvolvimento regular de ações em Saúde Mental junto à maternidade e clínicas do Hospital Alcides Carneiro; reforma no Ambulatório Central de Saúde Mental; serviço de eletroencefalografia digital e a criação do Fórum Permanente Intersetorial para acompanhamento e ordenamento das Políticas Públicas e da organização Civil quanto a Assistência Social e Saúde Mental para infância e juventude no município.

O CAPS É O PONTO DE REFERÊNCIA - O Caps é um serviço de saúde comunitário para o cuidado de pessoas que vivem ou estejam vivendo transtornos mentais causadores de sofrimento ou dificuldades psicológicas, ambos geradores de limitações frente à administração momentânea ou futura da vida cotidiana.

A principal meta do órgão é a reinserção sócio-produtiva-familiar, visando acolher os seus usuários em um ambiente terapêutico multiprofissional, composto por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, músico terapeutas, professores de educação física, fisioterapeutas, enfermeiros, artesãos, entre outros.

A idéia é que, através das relações de convivência diária, esses profissionais possam contemplar as diversidades pessoais de cada usuário e produzir, em co-responsabilidade com este e seus responsáveis, projetos terapêuticos personalizados. Desta maneira, o centro promove uma série de serviços como atendimento médico psicoterápico, oficinas expressivas; socializantes e ocupacionais; entre outras. Também é oferecido suporte de medicamentos necessário a cada caso e alimentação diária.

O Caps é referência contínua para seus usuários, mesmo aqueles que já não se encontram no serviço. Desta forma, antes que alguma situação que envolva o paciente se agrave, gerando a necessidade de ações intensificadas, os familiares poderão buscar o auxílio de toda a equipe por meio de técnico de referência. Juntos, definirão as estratégias adequadas de cuidados para momentos de crise

Fonte:Opinião e Notícia

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