sábado, 17 de julho de 2010

Palavras....

Ruído, palavra, silêncio!

Estas três palavras marcam nitidamente os três estágios evolutivos do homem e da humanidade. O homem intelectual de hoje é uma fronteira entre o homem bárbaro de ontem e o homem espiritual de amanhã. O homem chamado civilizado é amigo da palavra, veículo externo de processos mentais internos. O homem selvagem de outrora e de hoje manifestava e manifesta a sua vitalidade e emoções por meio de ruídos de toda a espécie. O homem que superou esses dois estágios preliminares encontra o seu reino predileto no silêncio, que para ele não é vacuidade, mas plenitude. Para além da palavra está o silêncio; para aquém da palavra, o barulho. O ruído, inarticulado ou articulado, foi sempre o inseparável companheiro do homem incompleto, desde os gritos estridentes das hordas antigas até os gritos orquestrados das hordas modernas. O homem só começa a sentir o desprezo do ruído quando se distancia da análise mental e se aproxima da intuição espiritual - e no zênite da experiência íntima impera o silêncio absoluto, fecundo, criador, o silêncio - plenitude. A mensagem dos grandes silenciosos perdura através dos séculos e milênios, porque não é afetada pelas categorias de tempo e espaço. A palavra constrói para o tempo, e, não raro, destrói o que construiu - o silêncio constrói para a eternidade. O amante da palavra pensa que o amigo do silêncio seja um homem triste e misantropo - mas o amigo do silêncio vive num paraíso de felicidade, ainda que a sua beatitude se encontre numa outra dimensão, ignorada pelo idólatra do ruído e da palavra. Deus é infinitamente silencioso, e quanto mais o homem se aproxima de Deus mais silencioso se torna. O ruído é dos homens - o silêncio é de Deus. O ruído esteriliza - o silêncio fertiliza.

(Em "A Voz do Silêncio", de Huberto Rohden - Editora Martin Claret, São Paulo, 1992)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O encanto nosso de cada dia

" O ENCANTO DOS MARES "(*)
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O encanto nosso de cada dia

Havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto. O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar. Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre.
O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida.
O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!
Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também. Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.

Viver é exercício de desprendimento.

É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo.
O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui. E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o pássaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela.

Autor:Ricardo Júnior

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(*) - Os Pré-Rafaelita foram um grupo artístico fundado na Inglaterra em 1848, como reação aos renascentistas italianos. O nome realça o fato de se inspirarem na arte anterior a Rafael, que mais influenciou os ingleses. Um dos fundadores foi Dante Gabriel Rosetti (1828/1882), pintor e poeta de ascendência italiana. Sua esposa, Elizabeth Siddal (Lizzie), foi sua grande musa. Alta, magra e com o rosto emoldurado por um abundando cabelo ruivo cor de cobre, Lizzie já fora modelo, mas Dante impediu-a de posar para outros e passou a retratá-la de forma incessante.A morte de Lizzie após uma gravidez mal-sucedida, deixou Dante em tal desespero que enterrou seus próprios poemas em seu caixão. Só anos mais tarde pediu uma exumação para recuperá-los. Não esteve presente à exumação, feita de madrugada, para evitar curiosos. Um amigo penalizado disse-lhe que o corpo de Lizzie conservava-se em perfeito estado, sua beleza intacta, e que seu cabelo havia crescido após a morte, enchendo o caixão. O túmulo de Dante é visitado até hoje por admiradores, que lhe colocam flores sempre frescas.

sábado, 19 de junho de 2010

Retratos do Amor

3° Concurso Nacional de Fotografia da Abrale e Abrasta tem inscrições abertas até 30/06


A ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e a ABRASTA (Associação Brasileira de Talassemia) estão realizando em conjunto o terceiro Concurso Nacional de Fotografia.

A edição deste ano tem o tema "Retratos do Amor" e receberá fotos em quatro categorias: público geral, profissionais de fotografia, profissionais da saúde, e familiares e pacientes com doenças onco-hematológicas. As imagens devem retratar ou simbolizar o amor envolvido no tratamento dessas doenças e no percurso realizado pelas pessoas que delas sofrem.

Para participar, basta se inscrever no site e enviar sua foto até o dia 30 de junho. As fotos serão passarão pelo crivo de uma comissão julgadora formada por diversos formadores de opinião de comunicação e artes, e as três de maior sensibilidade e relevância de cada categoria receberão diversos prêmios, além de serem expostas em estações de metrô e no Conjunto Nacional, em São Paulo.

Não perca tempo e abrace a causa dessas doenças que ainda sofrem com a falta de atenção e recursos no sistema público de saúde. Participar do concurso ou recomendá-lo a a outras pessoas ajuda a trazer atenção para o assunto e pode colaborar, pouco a pouco, a melhorar a situação – atualização das listas de remédios, maior número de leitos, equipamentos etc.

Para conferir o regulamento e obter mais informações, visite os sites da ABRALE: http://www.abrale.org.br/e do concurso: http://www.abrale.org.br/docs/retratos_do_amor.html
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Fonte: josué lineu - http://twitter.com/inconformado

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago (1922 - 2010)



"ESCREVO PARA DESASSOSSEGAR OS MEUS LEITORES"

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mulher X Aborto X Saúde Pública

# Estudo mostra que 15% das mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos já fizeram aborto(Vídeo).Assista aqui...
#Pesquisa Nacional de Aborto.Leia mais aqui...
#Uma em cada sete já abortou.Leia mais aqui...
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Fonte:Anis

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mulheres x HIV

~ Soneto 15 ~ William Shakespeare


Quando penso que tudo o quanto cresce
Só prende a perfeição por um momento,
Que neste palco é sombra o que aparece
Velado pelo olhar do firmamento;
*
Que os homens, como as plantas que germinam,
Do céu têm o que os freie e o que os ajude;
Crescem pujantes e, depois, declinam,
Lembrando apenas sua plenitude.
*
Então a idéia dessa instável sina
Mais rica ainda te faz ao meu olhar;
Vendo o tempo, em debate com a ruína,
*
Teu jovem dia em noite transmutar.
Por teu amor com o tempo, então, guerreio,
E o que ele toma, a ti eu presenteio.

Sebastião Salgado

domingo, 9 de maio de 2010

O pulso ainda pulsa!!!!!


A saúde precária de uma Velha Senhora
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Aos 456 anos a cidade de São Paulo enfrenta problemas que, comparados aos de um organismo vivo, mostram condição próxima à falência múltipla de órgãos.Leia mais...
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Texto de Paulo Saldiva e Evangelina Vormittag

Lya Luft e seu Múltipla escolha


Ensaios de Lya Luft retratam a síndrome do "ter de" que ronda o ser humano

Com 30 anos de currículo literário, Lya Luft agora retorna com um ensaio que reflete sobre os caminhos do nosso tempo. Em "Múltipla Escolha" (Record, 2010), Lya indaga, debate e transgride a mediocridade que ronda o ser humano.
A autora debate questões fundamentais, como a velhice e a juventude, os novos dilemas e tabus da sexualidade, a comunicação virtual, as fronteiras entre o privado e o público, entre outras.
Lya também rebate a suposta liberdade que alcançamos ou que pensamos ter atingido. Ela nos mostra o quanto uma cultura impositiva faz com que as pessoas vivam a síndrome do "ter de".
Os ensaios tratam dos "mitos modernos" e mostram o quanto o ser humano está atrelado às práticas opressoras.
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Texto:UOL
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Comentário:Será muito bem recebido, comentários sobre este livro.
Boa leitura!
Gabriela

II CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE MENTAL

Introdução:O campo da saúde mental vem enfrentando uma variedade de desafios; entre eles, a necessidade de integração e operacionalização dos novos serviços substituindo ao modelo assistencial tradicional e de uma interação entre a prática e as áreas de conhecimento que compõem o sistema de saúde como um todo. No âmbito científico o campo da saúde mental é tradicionalmente fragmentado e socialmente representado, por especialidades clássicas como Psiquiatria, Psicologia, Enfermagem Psiquiátrica, Terapia Ocupacional e Serviço Social. Novos atores sócio-profissionais estão presentes neste campo, entre eles a Educação Física, a Pedagogia, as Artes Plásticas e a Fisioterapia, além de outros setores, como sistemas de Educação, de Cultura e de Justiça. São ainda atores sociais importantes na área da saúde mental os movimentos sociais como o Movimento da Reforma Psiquiátrica e o Movimento da Luta Antimanicomial e os movimentos artísticos. Estes desafios têm sido amplamente reconhecidos no contexto dos vários dispositivos de desenvolvimento do campo da Saúde Mental.Portanto, a realização do II Congresso Brasileiro de Saúde Mental é uma iniciativa amadurecida e plenamente legitimada. O evento tem o potencial de promover, historicamente, as aproximações necessárias dos diversos atores sociais, usuários, familiares, profissionais, acadêmicos e artísticos que fazem deste campo de práticas e saberes um dos mais vibrantes no âmbito do Sistema Único de Saúde. Desta forma a realização do II CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE MENTAL atende a uma necessidade na perspectiva da consolidação de um sistema de saúde, que tem como princípios a integralidade, a universalidade de acesso e a descentralização.Leia mais..

O livro que está na minha cabeceira....

No livro A Distância entre Nós, Thrity Umrigar, em uma narrativa delicada e contundente, mostra como a violência aproxima as mulheres. A violência doméstica praticada pelo bem-sucedido marido da rica dona de casa e a gravidez não desejada da única neta da pobre empregada doméstica traça para sempre os destinos dessas mulheres.Sem conseguir romper a relação violenta, a rica dona de casa usa roupas de manga longa, no forte calor indiano, para esconder as marcas dos socos e pontapés constantemente desferidos pelo marido. A pobre empregada, que vive em uma favela, luta com dificuldade para manter a neta na universidade. A gravidez inesperada da neta, oriunda de uma sutil violência, muda os planos e a vida de ambas. O aborto apresenta-se como a única solução para que a neta possa continuar estudando, já que ser uma jovem grávida e solteira na sociedade indiana significa viver estigmatizada e hostilizada, pondo fim ao sonho de uma vida um pouco melhor.Mas a violência as une. A empregada silenciosamente acolhe, solidariza-se e trata dos ferimentos físicos e emocionais da dona de casa. Esta, por sua vez, apoia e acompanha a neta da empregada na realização do aborto, que para a jovem transforma-se em um pesadelo. No entanto, se a violência aproxima as duas mulheres, as condições sociais, econômicas e culturais criam um abismo entre elas. A empregada tem consciência de que o analfabetismo e a falta de cultura são responsáveis pela miséria (não apenas física) de sua vida. Se tivesse estudo e soubesse falar, não teria sido enganada e desrespeitada em sua vida.A autora revela como as condições culturais são determinantes para a aceitação social da violência doméstica e as condições sociais e econômicas fundamentais para o acesso a serviços públicos de qualidade e à informação no campo da saúde.A situação vivida pelas duas personagens centrais, embora se passe na Índia, é exatamente a mesma vivenciada pelas mulheres no Brasil. A violência doméstica e a gravidez não desejada são o cotidiano das mulheres brasileiras. Acolher, não julgar ou condenar as mulheres que não conseguem romper a violência ou que realizam abortos por necessidade ou por não terem tido acesso a serviços de saúde, informação ou atendimento adequado é uma forma de suavizar essa violência. Reduzir as desigualdades sociais é diminuir essa outra distância entre nós.
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Fonte: Carmen Hein de Campos- Coordenadora do Cladem/Brasil – Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Artigo:O povo, a Polícia e o marginal.

*(Archimedes Marques)

Infelizmente grande percentagem da população brasileira não tem a Polícia como sua amiga ou sua parceira no combate ao crime. As pessoas apenas usam os policiais quando precisam e logo os descartam. Para muitos Policia e bandido se confundem e são até palavras sinônimas do submundo da nossa sociedade.
A frase popular de autor desconhecido sempre é vivenciada tristemente por todas as Policias do Brasil: “Quando alguém está em perigo, pensa em Deus e clama pela polícia. Passado o perigo, se esquece de Deus e execra a polícia”.
Aliados a tais pensamentos insensatos os governos pouco investem nas suas Polícias. A segurança pública sempre foi esquecida e sucateada através dos anos. As Polícias sempre foram relegadas ao segundo plano, principalmente no que tange a valorização profissional dos seus membros. Com raras exceções, poucas conquistas foram alcançadas pelas classes policiais em alguns Estados da Nação.
Entretanto, na área penal, destarte para diversos tipos de crimes, vários benefícios surgiram e alcançaram os seus praticantes. O avanço nesse sentido foi significativo para os transgressores da Lei e dentre tantas conquistas destacam-se: A regressão das penas com os consequentes cumprimentos em regimes fechado, semi-aberto e aberto, a prisão domiciliar, a liberdade condicional, o indulto de Natal (aquele benefício em que boa parte dos detentos vai passar em casa e nunca retornam), as penas alternativas e até o auxilio-reclusão que já existe para dar proteção aos dependentes dos presos, dado as suas impossibilidades de prover a subsistência dos mesmos. Tais benefícios chegaram para o bem dos delinqüentes mesmo contra a vontade popular e para sobrecarregar o trabalho policial em vários sentidos.
Enquanto para os delinqüentes seus direitos evoluíram, para os Policiais estagnaram e até regrediram, vez que até os próprios direitos humanos que na teoria são para todos, na prática pouco lhes alcançam, ao passo que, quanto ao povo, continua a sua triste sina do desamparo quase que absoluto.
Sem se aprofundar muito nesta questão social e só para citar um índice, o do desemprego, é triste constatação que recentemente houvera inscrição em concurso para Gari no Rio de Janeiro (não desfazendo dessa classe, mas por se tratar de uma profissão que requer a mínima cultura para exercê-la) e então, por falta de opção, 1.026 dos mais de 100 mil inscritos possuíam nível Superior completo, dentre os quais 45 com Títulos de Doutorado e 22 com Mestrado, ressaltando que tudo isso por uma busca de um salário mínimo, enquanto que o auxilio-reclusão atinge bem mais do que isso para os familiares dos presos e que em contra-senso, por ironia do destino para os familiares das suas próprias vítimas, destarte para as vítimas de homicídio e latrocínio, só lhes restam as lembranças dos seus entes queridos quando em vida.
Buscando algo ilustrativo para o fiel dessa balança incompreensível encontrei publicado em diversos sites, o artigo exemplo intitulado CARTA A UM BANDIDO escrito pelo colega Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará, WILSON RONALDO MONTEIRO, que agora o transcrevo na íntegra:

“Senhor Bandido,
Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule a sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinqüente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.
Durante vinte e quatro anos de atividade policial, tenho acompanhado suas “conquistas” quanto a preservação dos seus direitos, pois os cidadãos e especialmente nós policiais estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito as suas vítimas. Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois ensinaram-me que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim com o Direito do trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.
Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro de polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos sua arma é a primeira a ser suspeita.
Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependência digna para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.
Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado. Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.
Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará. Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.
Dois colegas seus morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos.”

Em verdade os nossos policiais são verdadeiros heróis que vivem tudo isso e que dão as suas próprias vidas em defesa da sociedade que em contra-senso, ao invés de aplaudir as suas ações e ajudar a resgatar as suas dignidades que os governantes fizeram perder ao longo dos tempos ainda cometem a tamanha insensatez de críticas descabidas e atitudes insanas que só fortalecem a marginalidade e as ações em prol dessa mesma classe.
A sociedade brasileira que também é uma sobrevivente a tais aberrações, precisa sentir a Polícia à luz do valor da amizade, funcionando como sua parceira contra o crime e contra certos desmandos, enquanto que, por sua vez, o poder público deve valorizar mais a sua Policia, e por outro lado, tentar de uma melhor maneira recuperar os delinqüentes quando dos seus crimes nas suas segregações, não com tantos benefícios, com direitos exacerbados, e sim com efetivos e verdadeiros projetos de ressocialização dando-lhes ocupações, cursos profissionalizantes e trabalho ao invés da ociosidade recompensada e breve liberdade para retorno ao crime.

*(Delegado de Policia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

terça-feira, 27 de abril de 2010

Antidepressivos

Médicos desprezam os efeitos colaterais de antidepressivos

Ganho de peso, tremor, diminuição da libido, insônia. Uma parcela das pessoas que tomam antidepressivos enfrenta esses e outros efeitos colaterais.
São sintomas que têm grande impacto na qualidade de vida e que explicam, muitas vezes, o abandono do tratamento. Apesar disso, psiquiatras e outros médicos que prescrevem essas drogas negligenciam a questão.
É o que indica uma pesquisa a ser publicada no "Journal of Clinical Psychiatry". As queixas dos 300 voluntários sobre os efeitos colaterais dos remédios foram 20 vezes mais frequentes do que as observadas por seus psiquiatras.
Os pacientes anotaram, em uma lista de 31 efeitos colaterais, a frequência com que os sentiam e o grau de incômodo que representavam. Depois, os pesquisadores checaram, nas fichas médicas deles, os dados de efeitos colaterais anotados pelo médico de cada paciente.
Mesmo quando os pacientes descreveram os efeitos como frequentes ou muito incômodos, os médicos os registraram com uma frequência duas a três vezes menor nas fichas.
Zimmerman diz que estudos sobre essas drogas, patrocinados pela própria indústria farmacêutica, devem estar subestimando seus efeitos negativos.
Para Ana Luíza Camargo, coordenadora do núcleo de medicina psicossomática e psiquiatria do hospital Albert Einstein, as queixas do paciente nem sempre são ouvidas. "No afã de tratar, é possível que passem despercebidas."
Renério Fráguas, coordenador da residência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, considera o alerta importante para psiquiatras, mas, principalmente, para não especialistas. "Eles tratam um porcentual significativo de pacientes com depressão, mas, como cuidam de outros aspectos, falta tempo para olharem mais para isso."
Fráguas diz que muitos sintomas não são causados pelo remédio, mas pela depressão. A opinião é semelhante à de Miguel Roberto Jorge, professor-associado de psiquiatria da Unifesp. "Muitos pacientes têm queixas múltiplas", diz.
Segundo Jorge, os diferentes antidepressivos têm eficácia muito parecida, daí a importância dos efeitos colaterais na escolha do remédio. "Estamos tão preocupados em saber se houve redução dos sintomas como em saber se apareceram efeitos colaterais", acredita.
Efeitos colaterais estão entre os principais motivos que levam a pessoa a interromper a medicação. "Acontece com frequência, o que é uma pena, porque poderíamos esclarecer se o problema vai continuar, se representa perigo ou, se for o caso, trocar o remédio", diz Jorge. Para ele, a maioria desses efeitos não ameaça a saúde, mas os pacientes não sabem disso.
Segundo Fráguas, se a depressão está sendo tratada pela primeira vez, a tendência é trocar o remédio que dá muitos efeitos. Mas, se a pessoa já se tratou antes ou apresenta um quadro grave, o indicado é tentar subir a dose aos poucos, para minimizar efeitos colaterais.
Para Camargo, do Einstein, se a queixa é comprovada e causa muito desconforto, pode ser hora de partir para outra droga. Mas ela crê que há casos em que é preciso tolerar algum efeito colateral. "Com uma conversa, pode ser administrável."
Fonte: Folha Online

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Gestação de anencéfalos

Além dos graves danos à saúde mental, pela dor e sofrimento envolvidos, a gestação e o parto de um feto anencefálico representam um risco maior para a mulher do que uma gravidez normal, com maior incidência de hipertensão, hemorragias e infecções.Segundo a petição da ADPF nº. 54/2004, disponível em http://www.stf.gov.br:

A) A manutenção da gestação de feto anencefálico tende a se prolongar além de 40 semanas.
B) Sua associação com polihidrâminio (aumento do volume no líquido amniótico) é muito freqüente.
C) Associação com doença hipertensiva especifica da gestação (DHEG).
D) Associação com vasculopatia periférica de estase.
E) Alterações do comportamento e psicológicas de grande monta para a gestante.
F) Dificuldades obstétricas e complicações no desfecho do parto de anencéfalos de termo.
G) Necessidade de apoio psicoterápico no pós-parto e no puerpério.
H) Necessidade de registro de nascimento e sepultamento desses recém-nascidos, tendo o cônjuge que se dirigir a uma delegacia de polícia para registrar o óbito.
I) Necessidade de bloqueio de lactação (suspender a amamentação).
J) Puerpério com maior incidência de hemorragias maternas por falta de contratilidade uterina.
K) Maior incidência de infecções pós-cirúrgicas devido às manobras obstetrícias do parto de termo.
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Indicação de fontes:
Aníbal Faúndes – médico
Cemicamp - Centro de Pesquisas Materno-Infantis de Campinas
afaundes@unicamp.br

Cristião Fernando Rosas - médico
Comissão de Violência Sexual e Interrupção da Gravidez Prevista em Lei da Febrasgo
cristiao@terra.com.br

Débora Diniz - antropóloga
Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero
anis@anis.org.br

Thomaz Gollop – médico
Instituto de Medicina Fetal (IMF Brasil) e professor de genética médica da USP
www.thomazgollop.com.br

Agência Patrícia Galvão

E-MAIL RECEBIDO:


Prezado(a) Gabriela De Sá Gonçalves,
É com muita satisfação que comunicamos que a partir desta data estamos colocando no ar um site totalmente novo e modernizado Gabriela Sou da Paz, trazendo muito mais praticidade e conteúdo para sua navegação.
Nossos sinceros agradecimentos a empresa Enter Web que criou e desenvolveu todo este projeto voluntariamente.
Santiago - Pai de Gabriela.
Visite o site: http://www.gabrielasoudapaz.org
Participe da comunidade oficial do Orkut da Gabriela: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=52838048
Participe da primeira comunidade criada para Cleyde Prado Maia: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1064828

Dia 25 de abril,o dia para lembrar,especialmente,da Malária.


A iniciativa lembra que esta é uma oportunidade para cada um – governo, empresas, instituições de solidariedade social, indivíduos - fazer a diferença.
Falta menos de um ano para atingir o prazo estipulado para o cumprimento dos objetivos traçados para 2010: cobertura integral da população em risco com redes mosquiteiras e uma redução de 50% no número de casos e mortes associadas à malária.
A redução de casos da malária iria contribuir significativamente para os objetivos do milénio, estipulados pelas Nações Unidas, uma vez que estes incluem não apenas o combate à doença, mas também metas associadas aos direitos e à saúde de mulheres e crianças, acesso à educação e diminuição da pobreza.
Centenas de parceiros ,governos, organizações internacionais, empresas, instituições acadêmicas e de investigação, fundações, organizações não governamentais e indivíduos, lutam contra a malária, seguindo a estratégia definida no Plano de Ação Global contra a Malária.
A malária é uma doença evitável e tratável, que metade da população mundial corre o risco de contrair. Mata cerca de um milhão de pessoas, todos os anos, a maior parte em África.

Saúde para todos nós
Gabriela
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Complemento:

Artigo:O SUS e o sentimento de pertencimento



O direito à saúde, consagrado na Constituição e garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vem sendo implementado pelos municípios, estados e União, muito mais em razão de um movimento sanitário composto por especialistas, secretários de saúde, conselheiros de saúde, membros do Ministério Público do que por vontade da população, em especial a mais rica.

Por que a sociedade nem sempre reconhece os direitos sociais como a saúde, a educação, a segurança pública, como um direito de cidadania?

Isso tem a ver com diversos fatores, mas também com o sentimento de pertencimento. Não há um sentimento de pertencimento da população em relação ao SUS. Todos os segmentos sociais buscam garantir, de algum modo, um plano de saúde: trabalhadores pelos seus dissídios coletivos; servidores com serviços próprios; ministério público, judiciário, parlamentares, autoridades públicas sanitárias, todos pretendem (ou já tem garantido) um plano de saúde institucional; e os secretários de saúde muitas vezes dirigem um sistema que não usam.

A classe média quando reivindica, mediante o Poder Judiciário, determinados procedimentos de saúde, principalmente os medicamentos, o faz com certo desprezo pelo sistema, sem nem querer saber quais são os seus deveres para com o SUS, uma vez que não existe direito sem um correspondente dever.

Não lhe importa saber se para obter um serviço do SUS deve-se acessá-lo pelas suas portas de entrada e respeitar o princípio da integralidade da assistência terapêutica que pressupõe um conjunto de ações articuladas e contínuas e não um fracionamento de atos, descolados de diagnósticos e terapêuticas indicados pelos profissionais da saúde pública. Seria impensável em países como a Inglaterra e Espanha, alguém escolher ou pretender para si apenas este ou aquele procedimento sanitário público prescrito por profissional da saúde privada.

E o Judiciário – sem se debruçar sobre os princípios e diretrizes do SUS, dentre eles o da integralidade que garante medicamentos como uma decorrência da assistência terapêutica que, por sua vez, pressupõe haver um paciente em tratamento no sistema de saúde público – acolhe todos os pedidos, sem se dar conta de que está rompendo com a organização do SUS e com o princípio da igualdade daquele que, cumprindo seus deveres, entra no SUS pela sua porta de entrada, como em qualquer país que garante o acesso universal à saúde.

Essa ausência fundamental do sentimento de pertencimento ao SUS e daqueles que acham que o SUS é para a sua empregada doméstica, produzirá um SUS pobre para pobres. E enquanto o Judiciário não perguntar como esse Sistema está organizado, apenas referindo-se ao amplo conceito do art. 196 que também caracteriza a saúde como decorrência de políticas sociais e econômicas que evitem o risco de agravo à saúde; e garantir o direito à saúde às pessoas porque elas são “hipossuficientes”, e não porque são cidadãs que devem ter seus direitos garantidos e deveres a cumprir, estará contribuindo para a sua desorganização.

Lembramos que dentre os princípios do SUS temos políticas de saúde discutidas nos conselhos de saúde; integralidade da atenção a ser garantida numa rede interfederativa de serviços, e não apenas por um determinado município; integralidade que deve ser respeitada tanto pelo sistema público quanto pelo cidadão que não pode pretender procedimentos fracionados.

O ideal não pode ser ter renda para garantir um plano de saúde, mas sim ter consciência social; isso faz com que a sociedade se isole do SUS e se desinteresse de seu financiamento o qual deve garantir um padrão integralidade de atenção à saúde discutido por todos.

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Por:Lenir Santos - Coordenadora do Instituto de Direito Sanitário Aplicado – IDISA; Coordenadora do Curso de Especialização em Direito Sanitário da UNICAMP-IDISA; ex-procuradora da UNICAMP.

Dê uma atenção para esta matéria....

"Reproduzo, abaixo, a íntegra da Representação que o Movimento dos Sem Mídia fez à Procuradoria-Geral Eleitoral pedindo investigação das pesquisas de intenção de voto para presidente da República feitas neste ano pelos quatro mais importantes institutos de pesquisa do país – Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi."


Delegacia da Mulher em Petrópolis/RJ



O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim) apresentou em uma reunião ocorrida nesta semana o relatório que resume o trabalho da entidade em prol da instalação de uma unidade da Delegacia da Mulher. O assunto também foi pauta da última reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M) e do Conselho Municipal de Segurança. “O governo municipal e diversos setores da sociedade civil estão integrados para que a instalação da Delegacia da Mulher se torne uma realidade. O direcionamento do prefeito Paulo Mustrangi é trabalhar políticas públicas em prol da defesa e da qualidade de vida das mulheres petropolitanas”, afirmou a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Eliete de Souza. Os números ressaltam a importância da instalação da Delegacia da Mulher em Petrópolis. Durante o período de março de 2007 a março de 2010, foram atendidas 2.477 mulheres vítimas de violência. “Grande parte não tem coragem de denunciar por receio de chegar as delegacias. Isso deve mudar e a Delegacia da Mulher seria uma solução para esses casos”, salientou Eliete.O encontro contou com a presença de Inês Boynard, que representou o Rotary Itaipava e que “já se colocou à disposição para participar desta luta em prol das mulheres”. As reuniões ordinárias do Condim acontecem todas as terceiras segundas-feiras do mês, às 9h, no auditório do Centro de Referência da Mulher, que fica na Rua Santos Dumont, 100 – fundos.

Fonte:Tribuna de Petrópolis

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Descobertas de um querido paulistano....


Última entrevista concedida por Monteiro Lobato

Entrevista concedida por Lobato a Murilo Antunes Alves, da Rádio Record, em 1948.

Dias depois, o escritor morreria.

Ouça a íntegra aqui:Blog - De cara no muro
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Comentário:Maravilhoso Alf!
Um grande beijo.
Gabi

Artigo:VÃO-SE OS ANÉIS, FICA O PACOTE

Por:DEBORA DINIZ -Professora da UNB
Pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero
Para aprovar sua reforma da saúde, Obama teve de excluir o aborto do plano de cobertura.Essa foi uma semana histórica para os EUA. A frase que se escuta é “temos agora um sistema de saúde”. Aqueles que resistem ao que certamente será uma das principais conquistas do presidente Obama fazem projeções de que o país caminha para o socialismo. Muito distante de uma mudança política radical como essa, o que se reconheceu foi a proteção a uma necessidade social básica, a saúde. Mas no pacote de serviços a serem garantidos pelo Estado excluiu-se o aborto. Horas antes da votação final na Câmara os Deputados, Obama assinou um documento reafirmando seu compromisso de que a assistência ao aborto estaria fora da cobertura.
As mulheres nos Estados Unidos têm o direito de optar pelo aborto, mas terão que pagar pelos medicamentos ou atendimentos médicos. O impacto é imediato para as mulheres mais pobres e imigrantes, para quem o sistema público de saúde é o único recurso acessível. A pergunta óbvia é: por que excluir o aborto? Assim como acontece no Brasil com a revisão do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3),o aborto é um tema que rapidamente os governantes cedem à pressão política. É uma questão moral considerada perigosa, que desagrega e, no caso dos Estados Unidos, afastaria da aprovação do projeto de reforma da saúde não só os republicanos, mas também os democratas conservadores. Por trás dos acordos políticos, entretanto, está a negação da proteção a uma necessidade básica de saúde que somente atinge as mulheres – o direito ao aborto.
Por particularidades da legislação americana, não se pode classificar essa exclusão dos serviços de aborto como um ato de discriminação contra as mulheres.Há um embaraço em torno das proteções legais à mulher grávida, um espaço favorável à negociação política que resultou na exclusão dos serviços. Mas em termos éticos é correto falarmos em discriminação, pois a decisão atinge diretamente a saúde reprodutiva das mulheres. Raciocínio semelhante, porém não sustentável no debate político, seria propor a exclusão de serviços específicos de pediatria ou de geriatria, tais como cirurgias para neonatos ou internações prolongadas para idosos. Não tenho dúvida de que exclusões deliberadas de serviços cujos resultados atingem uma parcela específica da população são discriminatórias.
Mas o que está por trás dessa decisão paradoxal dos Estados Unidos é uma compreensão equivocada de democracia. E para entender esse fenômeno, o caso brasileiro com o PNDH-3 é exemplar.O programa de direitos humanos é um conjunto de recomendações políticas sobre como fortalecer a cultura dos direitos humanos no Brasil. Não tem força de lei, mas seu papel é constranger moralmente os governantes sobre as fragilidades dos direitos humanos para grupos específicos e sobre determinados temas. Foi nesse contexto que se provocou a história da ditadura, a questão agrária, a laicidade e o aborto.
Diferentes grupos e interesses sentiram-se ameaçados como constrangimento provocado pelo plano, mas nenhum tema fez tão rapidamente o governo federal recuar quanto a questão do aborto. A razão é simples – a moral religiosa é mais forte que a cultura dos direitos humanos no Brasil.Ameaçar a hegemonia católica sobre o aborto em ano de eleições é um ato temerário.O anúncio de revisão do plano é já a prova desse recuo de forças. Há, contudo, uma ameaça à democracia nesse jogo político, pois se ignora que a plataforma de direitos humanos do país não é determinada por valores religiosos ou pessoais de seus governantes, mas pela Constituição Federal e pelos acordos internacionais assinados pelo Brasil nas últimas décadas.
A descriminalização do aborto é um compromisso do país por duas razões simples e seculares. A primeira, porque protege uma necessidade de saúde básica– a de não morrer por um aborto realizado em condições inseguras. A segunda, porque protege nosso marco constitucional que reconhece o direito à liberdade e à dignidade das mulheres.
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Fonte:O Estado de São Paulo, (28/3/2010)

Homens e Masculinidades em pauta...


6º Seminário Nacional "Homens e masculinidades: práticas de intimidade e políticas públicas"


Recife, 1 a 4 de setembro
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Organização:

Instituto PAPAI

Núcleo Gema/UFPE

PromundoNúcleo Margens/UFSC

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Parceiros:

Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO)

Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPE

Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG)

Fórum LGBT de Pernambuco

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Apoio:

Fundação Ford

Ministério da Saúde/Área Técnica de Saúde do Homem

Secretaria Especial de Políticas para as mulheres
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LINK:

Eu fui conferir e recomendo....

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Comentário importante recebido...


Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Triste depoimento, de um jovem Policial Militar do...": ¨


Infelizmente essa é uma realidade em que nós políciais vivemos, sou Polícial Civil no estado do RS, sei como é ser policial, cobram o maximo de nós, mas nos tratam como a escoria da sociedade, como quer que sejamos tudo de bom se nos tratam com despreso e nos olham com olhares recreminadores???Você confiaria o seu filho a uma Babá que vc trata como um lixo??claro que não, assim somos nós, as pessoas lembram daqueles que salvam suas vidas, mas esquecem daqueles que dão a sua por eles, verdadeiros herois no anonimato é o que somos, que enfrentamos a morte todos os dias a fim de resolver conflito dos outros, somos pau pra toda obra,vivendo ignorado pelo governo, e pelo povo que nos malham todos os dias, mas quando o bicho pega é pro 190 que eles ligam e em um balcão de delegacia é que vão despejar suas frustações.
Infelizmente em um país como o nosso que se diz Democratico e de livre espressão, não podemos nos identificar, mas o que fica é a memoria em cada um.

Um Policial Civil
Porto Alegre-RS

Comentário importante recebido...

TRANSPORTE URBANO EM PETRÓPOLIS NOS ANOS 50/60 - Continua assim nos dias de hoje,uma carroça!
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Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Petrópolis - Ônibus: falta dinheiro até para pagar...":

Só a setranspetro vê essa preocupação q as empresas de petropolis tem com o usuario, estão cagando e andando, tbm naum existe fiscalização alguma, são trocas de favores. O POVO é q se f...!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Artigo:Insensibilidade e descaso até na morte dos nossos policiais (Archimedes Marques)

A árdua missão policial fielmente desempenhada e tão cobrada pela sociedade brasileira continua sendo incompreendida por muitos. Os caminhos tortuosos e espinhosos seguidos pelas policias parecem ser intransponíveis e intermináveis.
Infelizmente há ainda uma tradição arraigada no âmago do povo em generalizar que a Polícia é ineficiente e corrupta, que os nossos policiais são ignorantes, irresponsáveis, arbitrários e criminosos, por isso muitos até torcem pelo nosso fracasso.
Para boa parte da população policial é sinônimo de bandido, de algo imprestável, um reles ser do submundo da sociedade e pouco se importam com os seus problemas, ou seja, são tais pessoas insensíveis na vida e até na morte dos nossos policiais.
Quando morre um policial na maioria dos países desenvolvidos ocorre um verdadeiro desfile de despedida pelas principais avenidas da cidade em agradecimento aos seus relevantes serviços prestados à sociedade, com o seu caixão exposto em caminhão do Corpo dos Bombeiros, sirenes e batedores dos carros policiais ligados, seus colegas trajando farda de gala, com a presença dos chefes de Polícia, Prefeito, Governador e demais autoridades, além da cobertura da imprensa local. A população pára tudo o que está fazendo e aplaude homenageando a passagem do féretro do herói morto com muita comoção.
A viúva e seus filhos nunca são desamparados pelo Estado, muito pelo contrário, além da pensão justa relativa ao próprio digno salário do morto, ainda recebem bons seguros de vida que obrigatoriamente são feitos pelo poder público e, quando morrem em serviço defendendo o povo, aí é que esses valores duplicam.
Entretanto, quando morre um policial aqui no nosso País, mesmo em serviço, defendendo a sociedade dos criminosos não aparece autoridade alguma, somente a presença dos seus familiares, amigos ou colegas de profissão e, em ocasiões especiais os chefes de Polícia. Imprensa só de quando em vez faz a cobertura do evento fúnebre.
Até o próprio povo se impacienta e se chateia quando os colegas do policial morto querem lhes prestar uma condigna última homenagem, como foi um caso recente ocorrido aqui na nossa região em que um policial civil ao interferir num assalto fora abatido pelos marginais e, no seu cortejo fúnebre bem organizado com a Polícia Militar parando o trânsito até o cemitério, escutei perfeitamente de um motorista apressado que estava numa rua paralela sem poder passar por alguns instantes e que falou em alto e bom som: QUANTA PALHAÇADA. ATÉ NA MORTE ELES ATRAPALHAM O TRÂNSITO!... Outros motoristas, motociclistas ou transeuntes apenas assistiam com semblante alheio, raivoso, indiferente ou insensível o cortejo passar “atrapalhando o trânsito” e atrapalhando os seus preciosos tempos...
Nossos policiais e seus familiares não são apenas abandonados, desprezados e renegados por grande parte da sociedade, são de igual modo, tratados em descaso pelo Poder público. Em vida são humilhados e desvalorizados profissionalmente com salários não condizentes com a importância do cargo. Na morte, além dos desprezos citados, os herdeiros que possuem direitos aos seus baixos salários transformados em pensões são até diminuídos com a perda de certas gratificações, fato que também ocorre quando os policiais são feridos em batalha contra o crime e ficam inválidos para o resto das suas vidas. De pronto perdem logo o adicional noturno e a gratificação de periculosidade, quando o certo, por uma questão de gratidão e justiça era incorporar tais gratificações nas suas pensões.
O policial vê mais sofrimento, sangue, problemas e alvoradas do que qualquer outra pessoa. Trabalha independente das condições de tempo ou de lugar, mas a sua maneira de ver a vida em proteção da sociedade continua a mesma apesar dos percalços na sua caminhada. Na maioria das vezes é entristecido por conta das desilusões encontradas, mas no fundo é um forte, sempre esperando por um mundo melhor.
A sociedade brasileira precisa confiar mais na sua Polícia. Tem que ver e sentir a Polícia à luz do valor da amizade, pois os nossos policiais lutam o morrem por ela em busca paz social, enquanto que, por sua vez, o poder público deve ver a Polícia como valorosa instituição pagando salários dignos aos seus membros, como já ocorre em raros Estados da Nação, assim valorizando e respeitando-os na vida e na morte.
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Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe.
Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela UFS)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tuberculose


A tuberculose e o desenvolvimento de novos tuberculostáticos em Far-Manguinhos (FIOCRUZ)

Por:Marcus Vinícius Nora De Souza

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Resumo:O presente artigo tem como objetivo apresentar a importância atual da tuberculose no cenário da Saúde Pública Mundial, bem como alguns trabalhos desenvolvidos na busca de novos tuberculostáticos em Far-Manguinhos (FIOCRUZ) no Rio de Janeiro.

Leia a íntegra do artigo,aqui.

sábado, 10 de abril de 2010

Poesia para a mente.....


O meu cantar


Vou cantar os madrigais
Para ver se o amor se encanta
Com um beijo de um rouxinol
Que de tão alegre voa, voa
E perfumar com alfazemas
o caminho por onde passas
Para ver se tu desperta
deste sonho tão sem graça
E assim eu vou seguindo
Suavemente, eu e o vento
Deixando palavras soltas pelo ar
de mágias e encantamentos
E com o brilho dos teus olhos
me encher de esperança
Para ver bem lá no fundo
um novo dia que desponta

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Poetas:Christine Fujiwara e Francis Ferreira