domingo, 7 de junho de 2009

A casa vai cair?....Já está caindo!!!!!!...O Centro Histórico de Petrópolis implora ajuda.



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Casarões tombados estão sofrendo com o abandono e a falta de manutenção em ruas do Centro Histórico de Petrópolis. A poucos metros dos jardins do Museu Imperial, na Rua da Imperatriz, chama atenção o chalé Prefeito Paula Buarque, que desde que deixou de abrigar uma agência da Caixa Econômica Federal, em 2005, convive com o abandono. Atrás de tapumes, instalados no local no ano passado, a degradação avança.
Desde 2002, uma ação foi instaurada na 2ª Vara Federal, pela Promotoria da República em Petrópolis, e o caso vem sendo acompanhado pela Justiça. Em junho do ano passado, um acordo chegou a ser formalizado entre a CEF, que é responsável pelo prédio, e a Prefeitura. Na ocasião, esta se comprometeu a realizar a restauração do imóvel, o que não foi feito pelo então prefeito Rubens Bomtempo.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, a administração do prefeito Paulo Mustrangi não tem conhecimento sobre qualquer acordo para a restauração do imóvel que pertence à Caixa Econômica. Segundo a diretora do escritório técnico do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Laura Bahia, um projeto apresentado pela CEF chegou a ser aprovado e atualmente o caso vem sendo acompanhado pelo Ministério Público Federal.
A Caixa Econômica informou que no momento está sendo feita a finalização da instrução para licitação. A expectativa é de que a licitação seja feita em 90 dias. Com isso, a previsão é de que as obras de restauração no casarão, com base no projeto já aprovado pelo Iphan, comecem antes do fim deste ano. Nesta semana, foi feita a contratação de uma empresa de limpeza para fazer a manutenção do jardim, que atualmente está tomado pelo mato. Segundo a Caixa, a expectativa é de que até o fim desta semana a limpeza da área externa seja providenciada.
Localizado na Praça da Confluência, o Casarão do Barão de Mauá também convive com a degradação. Apesar de alugado há anos pela Prefeitura, o imponente prédio construído entre 1852 e 1854, nas proximidades do também tombado Palácio de Cristal, chama atenção pela falta de manutenção. Nas paredes, as marcas de infiltrações e até mesmo o mato que cresce na fachada deixam à mostra o descaso com o patrimônio histórico e arquitetônico da Cidade Imperial.
A degradação do palácio também é alvo de um inquérito civil público instaurado pelo Ministério Público Federal em 2005 para cobrar providências quanto à recuperação do imóvel. A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que atualmente na Casa Barão de Mauá funciona a Secretaria de Planejamento e o prédio não está aberto à visitação turística. Recentemente, uma avaliação começou a ser realizada pelo secretário de Planejamento, Agnaldo Goivinho, para que medidas mais adequadas possam ser tomadas em relação ao imóvel, que é alugado e foi encontrado pelo atual governo em péssimo estado de conservação.
Na Praça da Liberdade, via de acesso à Casa de Santos Dumont, o casarão de número 260 se destaca em meio aos prédios. Também com o estado de preservação da fachada precário, o imóvel atrai a atenção de turistas. “Eles passam por aqui, às vezes até tiram fotos, mas comentam que o casarão está muito feio. Como petropolitano, eu me sindo envergonhado em ver um casarão nessas condições em pleno Centro Histórico da cidade”, disse o taxista Leandro Afonso.
A presidente da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico, Myriam Born, avalia que é difícil encontrar uma solução para o abandono e a falta de cuidados com os bens tombados de Petrópolis. “Não se percebe na sociedade e no poder público da cidade que haja uma consciência sobre a importância da conservação desse patrimônio, que é a identidade dessa cidade. Petrópolis tem um patrimônio de importância para a memória nacional, são as marcas do Império”, disse, ressaltando que a sociedade civil organizada tem a função de fazer este alerta.

Problemas na casa do Barão do Rio Branco
Na Avenida Barão do Rio Branco, dois prédios também tombados convivem com a mesma realidade: a Casa do Barão do Rio Branco e o Seminário São Vicente de Paulo. A casa de veraneio de José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco, é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural. No local, foi assinado, em 17/11/1903, o Tratado de Petrópolis, que uniu o território do Acre ao Brasil. O imóvel hoje tem paredes e teto com marcas de infiltrações e a fachada e os jardins estão mal conservados. Ali funciona atualmente a sede da Coordenadoria Regional Serrana III, da Secretaria de Estado de Educação do Rio.
A coordenadora Nereida Vinhais informou que o prédio é alugado pela Companhia Petropolitana de Desenvolvimento e que recentemente foi pedido pela Prefeitura e com isso será desocupado. Segundo ela, a manutenção é de responsabilidade da Secretaria de Educação, mas a Coordenadoria não tem recursos para arcar com o trabalho de restauração. “A verba que recebemos é pequena. Temos feito o possível para manter o local habitável. Fizemos a pintura e pequenos reparos, mas aquele é um prédio tombado, tudo que se pensa em fazer ali envolve restauração”, disse.
Também na Avenida Barão do Rio Branco, as condições precárias do conjunto arquitetônico do Seminário São Vicente de Paulo, prédio também tombado pelo Iphan, se destacam na paisagem. O prédio construído no século XIX apresenta sinais de degradação na fachada. O local guarda imagens francesas e uma biblioteca com 15 mil volumes que datam de 1800 e 1900, um acervo importante de livros em língua francesa, além de móveis históricos. O prédio precisa de reparos no madeiramento das varandas e também na pintura da fachada. Até dezembro do ano passado, o local abrigava seminaristas, mas hoje o espaço é utilizado apenas pelas pastorais Carcerária e Vicentina e padres da congregação.
De acordo com o coordenador do seminário, padre Geraldo Mol, a parte interna foi recuperada e exigiu um investimento de cerca de R$ 1 milhão. Mas, sem dispor de recursos para executar o restante da restauração, o seminário busca parcerias para concluir os trabalhos. “Estamos buscando parcerias, doações e convênios para que possamos dar continuidade nas obras, pois esse prédio é tombado. O trabalho de restauração custa caro. Fizemos até agora a primeira parte (o interior do prédio da frente), a restauração demorou quase um ano para ficar pronta e foram investidos quase R$ 1 milhão”, disse o padre, lembrando que interessados em contribuir para a restauração podem entrar em contato com o seminário pelo telefone (24) 2242-2723.
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FONTE:Tribuna de Petrópolis

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