quinta-feira, 30 de julho de 2009

A triste imagem do vício....


Usuários de drogas reúnem-se na praça Júlio de Mesquita, no centro de São Paulo, na terça-feira (28), após protesto de comerciantes da região por mais segurança no local. (Foto: Nilton Fukuda/Agência Estado)


O coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, comandante do policiamento militar da área Centro, informou que houve um aumento na abordagem e na prisão de pessoas ligadas ao tráfico de drogas na região conhecida como Cracolândia, na Luz, no Centro de São Paulo, nos seis dias das Ações Integradas Centro Legal em comparação com a semana anterior. E que, devido a isso, já é possível perceber mudanças de comportamento dos moradores na região. A operação é uma parceria da Prefeitura de São Paulo, do governo do Estado, do Poder Judiciário, do Ministério Público e da sociedade civil para recuperar a região.

Nestes primeiros seis dias – até a última segunda-feira (27) -, foram abordadas 3.279 pessoas por policiais. Na semana anterior, 2.800 pessoas tinham sido abordadas, segundo o coronel. Além disso, foram presas em flagrante 27 pessoas, sendo 14 por tráfico de drogas e 13 por associação ao tráfico. E foram apreendidos 2,183 kg de maconha, 375g de crack e 2g de cocaína.

Os mandados judiciais genéricos concedidos pelo Poder Judiciário têm facilitado a prisão dos traficantes, segundo o coronel. “Graças a isso, com certeza, aumentou o número de prisões de pessoas ligadas ao tráfico neste período. Pois, com os mandados, é possível ao policial entrar em quartos ou outros lugares que serviam para esconder as drogas. Sem o mandado, isso não era possível”, explicou.

Os mandados estão sendo concedidos depois da realização de um trabalho de investigação de policiais civis, que identificam os locais que podem ser utilizados por traficantes para guardar a droga na região. Apesar disso, o principal trabalho dos policiais militares na região têm sido dar apoio aos agentes da saúde e da assistência social que estão fazendo as abordagens às pessoas em situação de risco, como os usuários de drogas.

Neste período, foram feitas 1.178 abordagens deste tipo e 149 pessoas foram encaminhadas para tratamento de saúde e saúde mental. Das que aceitaram tratamento, 18 permanecem internadas com quadros clínicos referentes a doenças infecciosas e crônicas; dois foram encaminhados para hospitais psiquiátricos. “Os policiais estão sendo orientados a como lidar com esses usuários. Como pudemos constatar, a maioria dos casos é relacionado à saúde e à assistência social”, disse o coronel Chaves.

Para o comandante do policiamento, já é possível perceber “uma mudança comportamental” na região depois destes seis dias de operação. “O que mais me chama a atenção é a sociedade assumindo o espaço dela. Passei na Rua Guaianazes, eu vi uma senhora varrendo a calçada. Antes, não se via isso. As pessoas ficam trancadas e ligavam para o poder público para reclamar que a calçada estava suja”, relatou o coronel.

Ainda de acordo com o balanço da operação, os órgãos envolvidos fizeram 104 vistorias, 573 apreensões de mercadorias ilegais, interditaram 20 prédios e emparedaram outros 10. Deflagrada no dia 22 e sem prazo para terminar, as ações integradas incluem os bairros do Bom Retiro, Luz, Santa Cecília, República e Arouche, todos na região central da capital.

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texto retirado do site: Globo.com

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