terça-feira, 16 de junho de 2009

Dois documentários brasileiros levantam questões técnicas e políticas sobre o aborto no Brasil

Os curtas Flores de Marcela e Quantos EU TE AMO... poderia escutar em 15 minutos? trazem fortes argumentos contrários à legalização do aborto de anencéfalo, um assunto que está na pauta do STFA Estação Luz Filmes lançará, no dia 17 de junho, às 19 horas, no CEUB (Centro Universitário de Brasília), em Brasília/DF, dois documentários que mostram o valor da vida. Um deles, o curta Flores de Marcela, dirigido por Glauber Filho, conta a história de Marcela de Jesus Ferreira. O bebê, apesar de ter nascido anencéfalo, viveu um ano e oito meses, contrariando prognósticos médicos e argumentos que supõem que anencéfalos não são seres viventes.O vídeo, feito quando Marcela estava com 14 meses, revela o carinho, o amor, a convivência e a interação da família com o bebê e traz depoimentos de familiares e médicos.O outro filme, Quantos EU TE AMO... poderia escutar em 15 minutos?, dirigido por Halder Gomes, retrata, através de depoimentos de mães que passaram pela experiência, de políticos, juristas, médicos e cientistas, os males irreversíveis que o aborto pode causar à sociedade.
Contrária ao aborto, a ex-senadora Heloisa Helena, Presidente Nacional do PSOL, é contundente em seu depoimento:"A legalização do aborto no Brasil, além de se constituir em uma farsa técnica e uma fraude política, é uma proposta reacionária conservadora que ousa tirar a vida de crianças, especialmente as pobres, para resolver problemas sociais gravíssimos", denuncia. "Eu entendo que a mulher tem autonomia para fazer o que quiser com o seu corpo, mas não tem autonomia para definir sobre a vida de outro ser humano que ela traz dentro do seu próprio corpo", acrescenta.Uma das abordagens do Quantos EU TE AMO... poderia escutar em 15 minutos? é o caso dos anencéfalos, vítimas de interesses que envolvem a tentativa de liberação do aborto no Brasil. "O anencéfalo é um caso de aborto eugênico (quando a criança tem malformação), ao contrário do aborto terapêutico (quando o risco de vida é da mãe), e nós não podemos desconsiderar isso", argumenta a Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida - Brasil Sem Aborto.
Na pauta do Supremo
A legalização do aborto de anencéfalos deverá ser votada no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda este ano.O ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, é o relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54, que chegou ao STF em 2004. Na época, Mello concedeu liminar permitindo a prática do aborto, mas ela foi suspensa em votação do Supremo e a ADPF ficou parada na gaveta do ministro.
Em 2008, o STF concluiu audiências públicas com representantes de 25 instituições e, em 11 de dezembro, foi protocolada uma representação de 11 parlamentares contra Mello, junto ao Ministério Público Federal (MPF), em razão de o ministro ter antecipado publicamente o seu voto e o de outros ministros do Supremo, inclusive emitindo juízo de valor na mídia, o que fere o princípio de isonomia e imparcialidade."Ao Supremo Tribunal Federal cabe julgar as leis e não fazer leis, e esse é um jeito de burlar o processo legislativo e fazer com que o Supremo assuma uma responsabilidade que não é sua, mas, sim, do Congresso", esclarece o deputado federal Luiz Bassuma (PT-BA). Bassuma vai além: "Se o Supremo cometer essa loucura de autorizar o aborto de anencéfalo, possivelmente essa mesma corte poderá legalizar o aborto, por exemplo, de crianças portadoras de síndrome de Down, o que pode ser identificado precocemente", denuncia. "E, a partir daí, abre-se a possibilidade de as pessoas virem a matar qualquer criança que possa vir a nascer com qualquer tipo de deformação", analisa e acrescenta: "A legalização do aborto de anencéfalo abre uma janela para legalizar definitivamente o aborto no Brasil." Bassuma e Henrique Afonso (PT/AC) estão ameaçados de expulsão do PT por defenderem esta posição. Ambos estão sendo julgados pela Comissão de Ética do PT .
Argumentos"Os que são a favor do aborto de anencéfalo argumentam que é um sofrimento para a mãe e para o pai, mas ninguém fala em matar uma criança quando se descobre que ela tem câncer, porque a família vai sofrer com a morte", lembra Dra. Lenise, presidente do Movimento. "Apesar de sofrida, essa é uma experiência que deve ficar para sempre na vida do casal, que não vai ter remorso por negar pelo menos 15 minutos de vida ao seu filho."Vice-presidente do Movimento Brasil Sem Aborto, o bacharel em Filosofia e Direito Jaime Lopes, diz que há interesses múltiplos envolvendo a legalização do aborto. "A gente sabe que a indústria do aborto move bilhões de dólares, os interesses incluem laboratórios e profissionais inescrupulosos, inclusive os que montam laboratórios e clínicas", enfatiza.Uma das forças contrárias à legalização do aborto é o Movimento Brasil Sem Aborto, presente em 17 Estados da federação, por meio de comitês Estaduais, que está apoiando e ajudando a divulgação desses dois filmes.
fonte:Maxpress Net

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